Título: Quem quiser guerra, vai ter
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 28/06/2009, Política, p. 10

Zoghbi diz que está à disposição para exames grafotécnicos

¿Não queremos briga, mas não vamos fugir dela. Quem quiser guerra, vai ter.¿ Assim reagiu o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, por intermédio de seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, quando soube que o ex-diretor-geral Agaciel Maia levantou suspeitas de falsificação de assinatura nos atos suplementares, os tais atos secretos. Zoghbi se colocou à disposição para realizar exames grafotécnicos. ¿João Carlos nunca teve qualquer responsabilidade por esses atos.¿

As suspeitas de falsificação de assinatura foram levantadas ontem por Agaciel, em reportagem publicada pelo Correio. Agaciel afirmou que estava viajando em 16 de fevereiro de 2007, quando foi assinado o ato que nomeia Lia Raquel Monturil para o gabinete do senador Demostenes Torres (DEM-GO).

O advogado considera irrelevante o argumento de Agaciel: ¿Às vezes, passavam-se dias até que um ato fosse assinado. O que João Carlos fez, ele já assumiu. A responsabilidade dele sobre esses atos é zero. Ele apenas mandava publicar o que lhe chegava da Diretoria-Geral¿, afirma.

O mistério só será esclarecido com a perícia nos atos, solicitada por Agaciel na última semana. O ex-diretor está juntando papéis em sua defesa, assim como João Carlos Zoghbi. Na recomendação de anulação dos atos secretos que o Ministério Público enviou sexta-feira ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), consta que a não divulgação ¿de, pelo menos, parte desses atos não divulgados foi feita em atenção ao pedido/ordem feito pelo servidor Celso Antônio Martins Menezes por meio de e-mails¿. Celso era chefe de gabinete de Agaciel.