Título: Agenda da UNE inclui de Banco Central a pré-sal
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Fonte: O Globo, 12/08/2010, O País, p. 14
Reivindicações de entidade, entregues a Cabral, não citam, porém, a melhoria do ensino médio
A União Nacional dos Estudantes (UNE) aproveitou as comemorações do Dia do Estudante, ontem, quando a entidade completou 73 anos, para apresentar sua plataforma de reivindicações para os próximos quatro anos. Ela é tão ampla quanto variada: vai desde a meia-entrada para cinema e teatro à proibição da entrada de capital estrangeiro na educação. O documento registra, em meio às demandas, que a UNE é contra a autonomia do Banco Central.
Nele a entidade reivindica uma participação internacional, ao exigir a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). E sugere que o Brasil seja contra a reativação da IV Frota Naval dos EUA, definindo-a como uma ameaça à soberania nacional e à exploração do pré-sal.
Como o governador Sérgio Cabral compareceu ao evento, na Lapa, a direção da UNE aproveitou para ressaltar como exigência fundamental algo que corresponderia ao governo do estado: que destine à educação a metade do futuro (ainda incerto) Fundo Social Pré-Sal. Cabral disse que o avanço da proposta está em mãos do Congresso.
Apesar de recente resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ter mostrado que o Rio tem o segundo pior índice do país no ensino médio (o primeiro é o Piauí), a melhoria da situação não foi considerada no documento. Ao se referir à educação, ele contém apenas um pedido genérico de investimentos no setor no país e a ampliação do acesso ao ensino superior (reservando 50% das vagas nas universidades públicas federais a alunos saídos de escolas públicas).
Em discurso curto, que atribuiu à rouquidão, Cabral assumiu apenas um compromisso com a UNE, uma vez reeleito:
- Vamos colocar um representante da UNE e outro da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) no Conselho Estadual de Educação para elaborar as políticas no setor.