Título: De tanta ferrugem, o piso cedeu
Autor: Ordoñez, Ramona; Almeida, Cássia
Fonte: O Globo, 13/08/2010, Economia, p. 23

O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF), José Maria Rangel, acredita que o temor pela própria segurança levou os trabalhadores da P-33 a, numa mobilização inédita, realizarem a assembleia que reuniu 110 petroleiros: Mesmo com as decisões contra (a liminar da Justiça do Trabalho), eles reafirmaram as denúncias.

E lista problemas de segurança em outras plataformas, como a P-31 e a P-35. Nesta última, segundo Rangel, o piso de uma grade cedeu de tanta ferrugem.

O GLOBO: Depois da derrota na Justiça, que concedeu liminar permitindo a Petrobras usar equipamentos interditados pela fiscalização do trabalho, como o senhor vê essa decisão da ANP? JOSÉ MARIA RANGEL: Os grandes vitoriosos são os trabalhadores da P-33, que mesmo com os documentos do gerente geral da Bacia de Campos de que a plataforma estava em condições de segurança e com a liminar da Justiça do Trabalho indo contra a interdição dos fiscais do Ministério do Trabalho, fizeram uma assembleia com 110 trabalhadores próprios e terceirizados, uma situação inédita, com único objetivo de preservação da vida.

O sindicato denunciou também problemas nas plataformas P-31 e P-35, onde houve início de incêndio na quarta-feira.

RANGEL: Já pedimos a interdição da P-31 à Superintendência Regional do Trabalho. Na P-35, houve um vazamento na linha de glicol (substância usada para purificar o gás), que arrasta gás também. A linha vazou e, com a tubulação aquecida, houve fogo. Recentemente, o piso de grade cedeu, de tanta ferrugem, quando um operador andava pela plataforma.

A Petrobras diz que as denúncias não têm embasamento técnico. RANGEL: Só podemos lamentar, pois este argumento desqualifica os próprios trabalhadores daquela unidade. (Cássia Almeida)