Título: Plínio se contradiz sobre calote da dívida
Autor: Brisolla, Fabio
Fonte: O Globo, 13/08/2010, O País, p. 12B

No JN, candidato do PSOL diz que faria auditoria antes, mas suspensão de pagamento está no programa de governo

O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, caiu em contradição ao falar sobre o calote da dívida do Estado brasileiro, em entrevista ontem ao Jornal Nacional.

Ao ser perguntado sobre o plano de interromper o pagamento da dívida, Plínio iniciou sua resposta dizendo que sua proposta não previa a suspensão.

Não estamos propondo isso. Estamos propondo uma auditoria na dívida, sem suspensão do pagamento.

O entrevistador do JN, então, informou que a suspensão estava prevista no programa de governo do PSOL. Plínio prosseguiu e alterou a resposta: Depois suspende o pagamento.

Mas, primeiro, nós vamos auditar. E suspender o pagamento também não é de todos, pode ser só de uma categoria: os grandes devedores.

Plínio ironizou a forma como se trata a questão do calote: Quem dá calote é a burguesia.

Dá calote no povo, por exemplo, quando não faz reajuste dos funcionários públicos e ninguém fala nada.

Candidato diz que ocupação de terra não é crime O candidato do PSOL defendeu ainda ocupação de terras, outro ponto do seu plano de governo.

Ocupação de terra não é crime. Ocupação de terra é diferente de invasão. Não é nem crime.

É um apelo a uma sociedade insensível a respeito da necessidade que a população tem de poder ter terra para viver. A população rural não pode viver sem isso. Estou de acordo.

Antes da entrevista, o JN exibiu protesto de Plínio, que criticou o fato de ter três minutos de entrevista quando os três principais candidatos à Presidência tiveram 12 minutos.

Eu sou um viajante de avião de classe econômica.

Sempre fui, nunca reclamei.

Mas, agora, preciso reclamar: a Globo inventou na eleição presidencial a classe executiva com candidatos chapa branca e a classe que não tem a bancada, que não tem os 12 minutos.

Em seguida, o apresentador William Bonner informou que o critério da emissora foi fazer entrevistas de 12 minutos com os candidatos de partidos com representação no Congresso e que tenham mais de 3% nas pesquisas.