Título: Dilma agora promete remédio de graça
Autor: Guedes, João; Luiz, Chico
Fonte: O Globo, 17/08/2010, O País, p. 10

Petista diz que pretende universalizar medicamentos para hipertensão e diabetes

BRASÍLIA. A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, anunciou que seu programa de governo incluirá distribuição gratuita de remédios para hipertensão e diabetes. A promessa foi feita ontem, após reunião com a coordenação de campanha sobre o programa de governo. O plano, de 13 pontos, está sendo anunciado a conta-gotas e será mostrado no horário eleitoral.

Segundo Dilma, a universalização do tratamento da hipertensão e da diabetes fará parte de sua política de medicamentos.

A candidata informou que atualmente o governo subsidia 90% desses medicamentos, um gasto anual de R$ 400 milhões.

Segundo ela, a intenção é complementar os 10% restantes e dar a medicação aos pacientes.

A ex-ministra lembra que pretende usar o programa Aqui Tem Farmácia Popular, que atua em parceria com mais de 12 mil farmácias da rede privada, para distribuir a medicação. Segundo ela, o medicamento será entregue a custo zero. Dilma ressaltou que a universalização diminui a pressão e também o custo: Estamos nos propondo a universalizar o tratamento para essas duas doenças que mais incidem na população: hipertensão e diabetes.

A petista evitou responder diretamente sobre a necessidade de recriação da CPMF para financiar a saúde e esse aumento de gastos com medicamentos.

Reconheceu que o fim do imposto faz falta, mas sugeriu como alternativa o crescimento do PIB, para aumentar arrecadação e, com isso, destinar mais verba à saúde. Segundo ela, com isso não será preciso aumentar um milímetro os impostos.

É claro que a CPMF faz falta.

A não ser que eu seja completamente sem nenhum realismo, alguém pode considerar que perder R$ 40 bilhões não altera a ordem das coisas? No Ministério da Saúde, não há plano para subsidiar integralmente remédios para controle de diabetes e hipertensão. Hoje, 13 mil farmácias estão credenciadas e atendem a cerca de um milhão de pessoas. Ano passado, o gasto com cinco tipos de medicamentos fornecidos com desconto alcançou R$ 74,9 milhões.

Este ano, a previsão é de R$ 88,2 milhões. Em 2009, o ministério acionou a PF para coibir fraudes, entre as quais a venda irregular de remédios, sem a identificação do usuário.