Título: Proposta de reforma ministerial causa polêmica
Autor:
Fonte: O Globo, 15/08/2010, O País, p. 15

Prometendo que se for eleito fará uma reforma ministerial para reduzir o número de pastas, José Serra, candidato do PSDB à Presidência, teve a promessa mais aprovada pelos leitores que votaram no Promessômetro (www.oglobo.com.br/elei coes2010) entre os dias 5 e 12 de agosto: foram 291 votos. Mas o compromisso assumido pelo tucano não apareceu só na lista das mais aprovadas: ficou em terceiro no ranking das propostas mais rejeitadas pelos internautas, com 129 votos.

Até as eleições, no Promessômetro, os internautas podem aprovar ou rejeitar os compromissos assumidos pelos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), Serra e Marina Silva (PV). Só depois de votar é possível descobrir quem fez tal promessa.

Para Geraldo Tadeu, cientista político e presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), a promessa de Serra aparece no topo do ranking das promessas aprovadas porque a população acredita que o dinheiro público é mal empregado: O fato de termos muitos ministérios não faz com que as pessoas vejam o governo federal como sendo mais eficaz. A população não vê melhoria no seu dia a dia graças a essas pastas, mas sabe que os gastos públicos para mantê-las são altos.

Cientista político da PUCRio, Eduardo Raposo acredita que a rejeição à proposta se dá porque o eleitor já sabe que na campanha é Serra quem propõe esse tipo de reforma: Mesmo o leitor só descobrindo quem propôs depois de votar, aquele que acompanha a campanha é capaz de identificar essa promessa como sendo do Serra. A rejeição, então, pode ser graças aos eleitores da Dilma.

Eles sabem que a tendência de enxugar a máquina é da oposição.

A rejeição acompanha as preferências eleitorais.

De acordo com Marly Silva da Motta, historiadora e pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), a rejeição pode se dar também por medo: Podem temer que a redução resulte em desemprego.

Além disso, emprego público ainda é desejado por muitos.