Título: Dilma minimiza dados do TCU sobre Dnit
Autor: Jungblut, Cristiane; Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 16/08/2010, O País, p. 9

Petista também provoca Serra: "há diferença entre quem faz e quem fala"; tucano critica política macroeconômica

Cristiane Jungblut, Demétrio Weber e Adauri Antunes Barbosa

BRASÍLIA e SÃO PAULO. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, demonstrou ontem contrariedade com dados que apontam fragilidades do governo. Indagada sobre a reportagem publicada no GLOBO sobre irregularidades apontadas pelo TCU no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Dilma disse que, em sua época como ministra-chefe da Casa Civil, a relação entre o TCU e o Dnit havia melhorado:

- Temo que seja uma matéria que está usando esse momento de eleição. O ministro Ubiratan (Aguiar), presidente do tribunal, fez uma avaliação para mim de que a relação do tribunal com o Dnit tinha melhorado de forma sistemática. Enquanto não me disserem que piorou, e onde piorou, vou ficar com essa informação dada pelo presidente do tribunal - disse Dilma, ao visitar a Feira dos Produtores, em Vicente Pires, a 10 km de Brasília.

Dilma ressaltou, no entanto, que há "divergências incontornáveis" sobre aspectos metodológicos, como a aferição de custos de pavimentação em estradas e aeroportos.

A reportagem analisou 399 relatórios aprovados pelo TCU desde janeiro de 2009. Entre as irregularidades, há sobrepreço, superfaturamento e outros problemas que, somados, chegam a R$1,02 bilhão.

Na Feira dos Produtores, Dilma prometeu criar uma diretoria ou superintendência específica na Caixa Econômica Federal para investir em habitação rural. E provocou o adversário tucano, José Serra, ao defender a política de reforma agrária do governo Lula:

- Essa não é uma discussão que eu vou fazer com o meu adversário. Há uma diferença entre quem faz e quem fala durante a eleição. O nosso governo fez.

Numa prévia de como será a participação de Lula no programa eleitoral, que começa nesta terça, a equipe da candidata postou ontem no Twitter um vídeo com um depoimento do presidente Lula.

Serra promete distribuir 100 milhões de livros por ano

Em visita à Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, Serra prometeu distribuir 100 milhões de livros por ano. Segundo ele, a "política macroeconômica distorcida" do atual governo não permite que o livro seja mais acessível à população:

- Estamos importando papel. O Brasil exporta celulose, vai para o exterior, o pessoal fabrica papel e vende no Brasil. Isso devido a uma política macroeconômica distorcida entre nós.

Caso seja eleito, disse pretender dar 100 milhões de livros por ano a estudantes e professores:

- Tenho um programa para o Brasil, que é a distribuição de três livros por aluno, a partir da quarta série. Livro gratuito. Serão 100 milhões de livros por ano para incentivar a leitura.