Título: Petroleiros devem fazer operação padrão em plataformas da Petrobras
Autor: Carneiro, Lucianne
Fonte: O Globo, 16/08/2010, Economia, p. 20
Sindicato diz que algumas unidades podem parar na Bacia de Campos
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF) convocou os trabalhadores das 45 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos para uma operação padrão de 24 horas, com início à meia-noite de hoje, que prevê o cumprimento integral dos procedimentos operacionais e de segurança exigidos para o funcionamento das unidades. Os trabalhadores vão decidir se aderem ou não ao indicativo em assembleias realizadas antes do início de cada turno de trabalho nas plataformas.
- Se a categoria aderir ao indicativo do sindicato, tem a possibilidade até de algumas unidades pararem - afirmou o coordenador-geral do Sindipetro NF, José Maria Rangel.
A mobilização, chamada "Chega de contar com a sorte", marca os 25 anos do acidente de Enchova, um dos maiores da indústria brasileira de petróleo. Na ocasião, 37 trabalhadores morreram na queda de uma baleeira.
Segundo Rangel, os procedimentos operacionais e de segurança não estão sendo inteiramente cumpridos nas plataformas da Petrobras, por orientação da gerência das unidades.
- Se existem os procedimentos de segurança, eles têm que ser cumpridos - disse.
Produção da P-33 estaria em processo de parada
O sindicato informou ainda que já pediu à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego que faça uma vistoria na plataforma P-31, por causa de riscos semelhantes aos encontrados na P-33: tubulações e válvulas enferrujadas. Na semana passada, a P-33 foi interditada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), após reportagens do GLOBO mostrando os problemas.
Rangel disse que o processo de parada de produção da P-33 está sendo finalizado, já que não é possível parar de uma só vez a produção. A Petrobras não quis comentar o assunto.
Ontem, ativistas do Greenpeace protestaram contra a exploração de petróleo em alto-mar. Eles percorreram as praias de Copacabana, no Rio, Boa Viagem, em Recife, e Porto da Barra, em Salvador, com os corpos cobertos por uma pasta negra que simulava petróleo.