Título: Dilma diz que vai evitar salto alto
Autor: Lins, Letícia; Melo, Jamildo
Fonte: O Globo, 18/08/2010, O País, p. 14

Candidata se reúne com sindicalistas e faz promessas para mulheres

SÃO PAULO. Um dia depois da divulgação da pesquisa do Ibope que indica sua possibilidade de vitória no primeiro turno, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou que não vai andar de salto alto, para demonstrar que não pretende adotar a postura de que já ganhou a disputa.

- Ninguém pode achar que já ganhou a eleição. A eleição é dia 3 de outubro, e pesquisa significa uma tendência. Não significa que uma pessoa pode subir no salto alto e sair por aí. Eu estou preferindo (a sandália) rasteirinha. Só hoje, que tá meio frio para usar rasteirinha, vou ficar adepta do tênis - disse Dilma, que estava calçando um sapato de salto baixo, em um ato organizado pelas secretarias de mulheres das seis centrais sindicais brasileiras.

O auditório estava decorado com cartazes oficiais de campanha, balões lilás e faixas da CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, Nova Central e UGT. Destas centrais, só a UGT não declarou apoio formal à candidatura de Dilma, porque tem uma ala ligada ao PPS, coligado com o PSDB em São Paulo. A campanha de Dilma divulgou o evento como "Ato Trabalhadoras com Dilma" de um "Comitê Suprapartidário". Sindicatos são proibidos por lei de doar, direta ou indiretamente, para as campanhas.

Dilma prometeu ampliar a rede de atendimento para gestantes e crianças de até 1 ano. Segundo a candidata petista, serão criadas clínicas especializadas, novas maternidades de alto e baixo risco, UTIs neonatais e ambulâncias do SAMU com "mini-UTI-bebê":

- Vamos articular essa rede ao SAMU-Cegonha, para que as mulheres não fiquem por aí tendo filho no meio da rua. Além disso, o SAMU com mini-UTI-bebê, para que as crianças que nascem e correm risco nos primeiros meses de vida possam ser transportadas com segurança - disse Dilma.