Título: No Rio, DEM ignora Serra e Gabeira
Autor: Victor, Duilo
Fonte: O Globo, 18/08/2010, O País, p. 18
Números do tucano e do verde são esquecidos na propaganda do partido; Rodrigo Maia promete ajuste
O PROGRAMA dos candidatos do DEM, como Rodrigo Maia, ignorou Gabeira e Serra, lembrados pelos candidatos tucanos, como Andreia Zito
A estreia do horário eleitoral gratuito mostrou que a fidelidade às alianças costuradas pelas coligações partidárias está sendo ignorada. O programa do DEM para deputado federal, por exemplo, não fez uma menção sequer ao logotipo de Fernando Gabeira (PV), candidato ao governo. Nem a nenhum outro partido ou a José Serra, candidato que os demistas apoiam à Presidência. No Rio, o DEM formou coligação com PSDB, PPS e PV.
Já no programa tucano, havia, atrás dos candidatos proporcionais, o número do Partido Verde e de Serra. No programa do PV, até Marina Silva deu as caras, mas nada do número de Gabeira.
- Esta terça-feira foi o primeiro dia, ainda há 44. Vai se ajustar nos próximos. Não teve nenhum motivo para o Gabeira não aparecer no programa do DEM. O primeiro programa foi feito com pressa - disse o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, que, por sua vez, teve destaque no programa de ontem da sigla, cujo "âncora" foi o pai e candidato ao Senado, Cesar Maia.
Gabeira - que no período pré-eleitoral enfrentou uma crise interna no próprio PV, porque alguns setores do partido queriam lançar candidatura própria ao Senado - disse que sua aparição na propaganda dos candidatos a deputado da coligação nunca foi negociada.
- Não tem problema em não mostrar. Estão completamente livres - respondeu Gabeira.
A aliança regional entre PT e PMDB, partidos que lançaram ao Senado o petista Lindberg Farias e o peemedebista Jorge Picciani, também mostrou problemas no programa de ontem. Os candidatos do PT não mostraram a marca de campanha de nenhum dos dois. Já os peemedebistas mostraram ambos, com exceção de Eduardo Cunha e Leonardo Picciani, que só deram espaço para o candidato ao Senado do PMDB, pai de Leonardo.
- Não é esse tipo de propaganda que define voto - disse Lindberg, sem cobrar a reciprocidade que o PT exigiu em relação à campanha de rua.