Título: Jefferson critica campanha tucana
Autor: Suwwan, Leila; Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 20/08/2010, O País, p. 12

No Twitter, aliado diz que só viu Serra 2 vezes e que publicitário não ouve políticos

BRASÍLIA. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, usou ontem o Twitter para expor sua contrariedade com os rumos da campanha presidencial tucana. Jefferson falou sobre a dispersão da oposição e responsabilizou o próprio Serra por isso. Em tom de queixa, revelou que, mesmo sendo aliado, só se encontrou com ele duas vezes.

"Uma na convenção do PTB. Outra na casa de Geraldo Alckmin", escreveu.

Jefferson deixou claro que está insatisfeito não só com a postura do presidenciável, mas com o responsável pelo marketing da campanha, o publicitário Luiz Gonzalez:

"Serra é responsável pela nossa dispersão. Nunca nos reuniu. Apoio Serra a pedido do Alckmin. Sou Geraldo, não conheço o Serra. Só de ouvir falar."

Jefferson criticou a resistência de Gonzalez em ouvir aliados.

"Curioso é o olhar enfarado e apressado do Gonzalez quando vê um político. Mas não se faz política sem políticos", disse, e acrescentou, em alusão ao programa de Serra: "Se o Gonzalez ouvisse um pouco os políticos, não poria no ar uma favela fake, nem o bobajol do Zé."

Jefferson disse ainda no Twitter que as únicas pessoas da coordenação da campanha de Serra com quem mantém contato em São Paulo são o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, o vice-presidente executivo do partido, Eduardo Jorge, e o deputado Márcio Fortes:

"E para aí. Nunca conversei com o Serra."

Apesar das queixas, Jefferson disse que ainda é possível virar o jogo eleitoral, mas advertiu que "sem unidade das oposições, ninguém, nem Cristo, venceria". E comparou:

"O Lula, nosso adversário, conversa com os políticos. Com todos os políticos. Não se deixa patrulhar pela mídia", escreveu, destacando, porém, que não quer o legado do presidente. "Ao contrário, quero confrontá-lo."

A coligação que apoia Serra entrou ontem no TSE com seis representações contra a propaganda gratuita da petista Dilma Rousseff. A oposição pede que ela perca parte do tempo do horário eleitoral por ter feito propaganda em programa de outros candidatos. Na quarta-feira, por exemplo, o presidente Lula aparece nas inserções do candidato ao governo do estado de São Paulo Aloizio Mercadante (PT), pedindo votos para Dilma.