Título: Explosão sem feridos em refinaria
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 21/08/2010, Economia, p. 36

Procuradores vão vistoriar a P-33 na próxima quarta-feira

CURITIBA e RIO. Um duto em uma das caldeiras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) da Petrobras, no Paraná, explodiu por volta das 9h45m de ontem, causando um estrondo ouvido a quatro quilômetros de distância. Não houve feridos, mas o pânico foi grande, levando a empresa a acionar a sirene de emergência, isolar a área atingida e evacuar todos os 3.500 funcionários da refinaria. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas não houve nenhum princípio de incêndio. As atividades da refinaria, que fica em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foram suspensas e retomadas uma hora mais tarde.

De acordo com a assessoria de imprensa da Repar, de dez a 15 funcionários trabalhavam diretamente no trabalho de manutenção de um duto da caldeira quando ocorreu a explosão, mas nenhum deles se feriu. Esse duto é responsável pela passagem de gases produzidos durante a subextração de petróleo. Segundo a empresa, o dano no duto deve ser recuperado em uma semana e não teria havido ocorrência de prejuízos ao meio ambiente.

O gerente de empreendimentos da Repar, Guilherme Luiz de Carvalho Kingelfus, explicou que o duto estava passando por manutenção industrial de rotina e no momento de dar partida ao equipamento, houve a explosão.

- Estávamos num procedimento de partida ainda antes de colocar o combustível na unidade, fazendo a checagem e testando os equipamentos. Nesse momento, houve uma explosão do duto de interligação do duto com a chaminé - descreveu.

Kingelfus, no entanto, não soube explicar as razões desse acidente. A Repar abriu procedimento administrativo para apurar as causas da ruptura do duto que deve ficar pronto na próxima semana.

Na Bacia de Campos, os procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) estiveram reunidos com representantes da Petrobras e do Sindicato do Petroleiros do Norte Fluminense e ficou acertado uma vistoria na Plataforma P-33, que foi interditada pela Agência Nacional de Petróleo, para a próxima quarta-feira, juntamente com peritos para avaliar os riscos para a segurança do trabalhador. O MPT instaurou inquérito para investigar as condições de trabalho nas plataformas P-31, P-33 e P-35. Fiscais do Ministério do Trabalho vão inspecionar a Plataforma P-31, na próxima terça-feira.

Os petroleiros denunciaram problemas também na Plataforma de Vermelho, como a corrosão nas linhas de incêndio e em outros equipamentos.(Ana Paula Carvalho e Cássia Almeida)