Título: Candidato omitiu pedido de prisão da Interpol
Autor: Farah, Tatiana
Fonte: O Globo, 24/08/2010, O País, p. 3
Procurador também pediu indeferimento por deputado não informar sobre processo
SÃO PAULO. Antes mesmo da decisão do TRE-SP, o procurador regional eleitoral de São Paulo, Pedro Barbosa, já havia apresentado outro motivo de impedimento da candidatura de Paulo Maluf. O deputado não informou ao tribunal, quando registrou sua candidatura, que responde a processo nos Estados Unidos e que há um alerta vermelho da Interpol para prendê-lo em mais de 170 países.
Depois de ser impugnado pela Procuradoria, o deputado entregou as certidões de informação sobre o processo, mas alegou que a lei eleitoral não exige que os candidatos informem se respondem a processos fora do país. Nesse ponto, todo o TRE concordou com Maluf.
Pedro Barbosa fez duras críticas ao deputado: Esse mesmo candidato sempre disse que nunca teve conta no exterior afirmou, lembrando uma série de processos nos quais Maluf figura como réu.
Em 2005, Maluf e filho ficaram presos por 40 dias na PF Em 2005, o deputado e seu filho Flávio Maluf ficaram presos por 40 dias na carceragem da Polícia Federal em São Paulo sob acusação de pressionar uma testemunha, o doleiro Vivaldo Alves, o Birigui, durante a investigação de crimes financeiros e desvios de recursos para obras públicas. De acordo com a investigação, para enviar o dinheiro supostamente desviado, o grupo fazia operações trianguladas usando pelo menos 15 bancos estrangeiros.
Uma das pontas desse esquema eram os Estados Unidos.
O delegado federal que prendeu Maluf e participou das investigações foi Protógenes Queiroz, hoje afastado da PF e também candidato a deputado federal.
Seu advogado, Adib Abdouni, também protocolou a impugnação de Maluf no TRE.
Ontem, ao defender sua tese no tribunal, ele lembrou que Protógenes é candidato, afirmando que seria incorreto um pleito onde constassem a caça e o caçador.
Maluf pediu ao TRE que considerasse a ação do advogado como litigância de má-fé, já que ele afirmou erroneamente que havia uma condenação de processo.
O tribunal desconsiderou o pedido.