Título: Um palácio remodelado
Autor:
Fonte: O Globo, 25/08/2010, O País, p. 15

Lula volta hoje ao Planalto, que foi reformado por um ano e meio mas ainda precisa de ajustes

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a despachar hoje no Palácio do Planalto, depois de um ano e meio de reforma no prédio, que ainda carece de ajustes. É possível identificar esquadrias mal pintadas no Salão Oeste, gesso trincado e um buraco no teto do Salão Nobre, por onde passam fios.

Com prazo inicial de entrega para fevereiro deste ano, a obra custou R$96 milhões e só foi concluída no mês passado. Além de modernizar as redes de água, luz e saneamento, a reforma recuperou o projeto original, com amplos espaços vazios. No quarto andar, assessorias deram lugar a uma área livre voltada para a Praça dos Três Poderes. O projeto foi feito pelo escritório do arquiteto Oscar Niemeyer e custou R$1 milhão.

No quarto andar, foi instalada uma réplica do painel de azulejos de Athos Bulcão, com apenas uma coluna da obra original. Na reforma, o original foi destruído e poucas peças foram reaproveitadas. Por causa da massa usada na construção para colar os azulejos, os operários levaram dois meses para retirar 54 peças. A Fundação Athos Bulcão autorizou as réplicas.

Na decoração do Palácio, foram usados apenas móveis brasileiros. Os não aproveitados nos gabinetes estão nos espaços comuns do Planalto. Lula optou por manter no gabinete presidencial as peças comprados na época de Getulio Vargas, quando o Rio ainda era a capital, e resgatados no governo Sarney. O Salão Oval, onde o presidente se reúne com ministros, teve o carpete trocado por mármore branco. A cabine de som foi ampliada e modernizada. A principal mudança é na mesa oval, projetada por Niemeyer, com 19 lugares de cada lado, mais a cabeceira, onde fica o presidente. Ela foi aumentada e as cadeiras de assessores e ministros foram padronizadas.