Título: Idosos terão atendimento médico domiciliar
Autor: Lima, Ludmilla de
Fonte: O Globo, 26/08/2010, Rio, p. 27

Criado na Ilha do Governador, projeto será levado a três hospitais municipais e quer fazer 15 mil atendimentos em 2010

Desenvolvida há 13 anos no Hospital Paulino Werneck, na Ilha do Governador, a experiência de atender idosos com doenças crônicas em casa vai virar um programa para todo o município. O prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, anunciaram ontem que vão estender a iniciativa para os hospitais municipais Souza Aguiar, no Centro, Miguel Couto, na Gávea, e Salgado Filho, no Méier.

Feito em parceria com a Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (Sesqv), o Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (Padi) busca realizar 15 mil atendimentos até o fim deste ano, como previsto no plano estratégico do governo, que também estabelece a marca de 36 mil procedimentos anuais até 2012.

O Padi terá nove equipes com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas, psicólogos e assistentes sociais. Poderão fazer parte do programa pessoas acima dos 60 anos que necessitem de cuidados contínuos, mas não obrigatoriamente num hospital.

¿ O Padi identifica pessoas internadas nos hospitais municipais que ainda dependam de alguma ação de baixa complexidade. Normalmente, elas têm passar por isso dentro do hospital, longe de suas família, de seus pertences e do seu dia a dia, e propensos a infecções hospitalares ¿ diz Dohmann.

O acompanhamento em casa também tem como objetivo desafogar as unidades de saúde, aumentando a oferta de leitos.

¿ Você atende os casos de baixa complexidade em casa e libera o hospital, devolvendo as pessoas às suas família. É um caso de humanidade e de melhora da saúde pública do Rio de Janeiro. Estamos fazendo o máximo para desospitalizar ¿ diz Eduardo Paes.

Segundo Dohmann, após a identificação do paciente, a equipe do Padi estudará a melhor forma de acomodá-lo em casa e fará um plano terapêutico, com uma programação de visitas. Em casos de urgência, pode ser contactado o serviço de telessaúde (3523-4025), que funcionará 24 horas. O programa ainda capacita os familiares para cuidar do idoso.

Médico do Paulino Werneck, João Batista conta que os pacientes do projeto tem, em média, 78 anos. Os quadros clínicos mais comuns são sequelas de derrames, amputações e doenças como mal de Alzheimer. No momento, 140 pacientes são atendidos pela equipe da Ilha.

O casal Eunicéia Santos, de 82 anos, José Benedito Luz, de 86 anos, é acompanhado pelo grupo do Paulino Werneck. José Benedito apresenta sequelas de um derrame.

¿ É melhor do que ficar no hospital, onde eu fico preocupada com infecção hospitalar ¿ conta Eunicéia.

oglobo.com.br/opiniao