Título: Filha de ex-ministro do TSE morto é levada `a cena do crime um ano depois
Autor:
Fonte: O Globo, 30/08/2010, O País, p. 11

Adriana Villela está presa em Brasília, suspeita de obstruir investigações

BRASÍLIA. No sábado, dia em que a Polícia Civil do Distrito Federal acredita ter completado um ano do assassinato do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, da sua mulher e da empregada da casa, a filha do casal, Adriana Villela, foi levada à cena do crime. Os três foram encontrados mortos no dia 31 de agosto de 2009. Presa desde o dia 16, suspeita de obstruir as investigações, Adriana ficou por três horas no apartamento em que os pais moravam na Asa Sul, região nobre de Brasília, enquanto a polícia realizava exames.

A filha do ex-ministro chegou algemada num carro da polícia. Segundo o advogado Rodrigo Alencastro, antes de a perícia ser iniciada, Adriana pôde conversar rapidamente com a filha, Carolina, além do irmão e de duas tias. Segundo Alencastro, a família estava bastante abalada.

¿ Foi uma humilhação sem precedentes. Tentaram reproduzir o clima e o ambiente de um ano atrás. Não sou perito, mas é absolutamente difícil que essa situação se reproduza ¿ alegou o advogado.

A polícia não comenta o inquérito, que tramita sob sigilo, mas o advogado afirmou que o exame seria para constatar a presença de impressões digitais de Adriana no apartamento. O ex-ministro do TSE, a mulher dele, Maria Carvalho, e a empregada do casal Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos com 71 facadas.

¿ É comum isso (digitais). Era o apartamento dos pais dela. Não vejo qual a finalidade deste exame ¿ reclamou Alencastro.

Há suspeita de que Adriana não tivesse um bom relacionamento com os pais, especialmente com a mãe, o que Alencastro nega.