Título: Lula inaugura campus que já existia
Autor: Lins, Letícia; Talento, Biaggio
Fonte: O Globo, 28/08/2010, O País, p. 16

Em Salvador, Dilma afirma que seu projeto político é ficar quatro anos na Presidência, sem cogitar reeleição

DILMA BEIJA uma criança em Salvador, onde fez críticas ao sistema financeiro privado brasileiro

CARUARU (PE) e SALVADOR. Em sua sexta visita este ano a Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou o Campo Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco, que, de fato, já vem funcionando desde fevereiro de 2009, com três mil alunos. As atividades no campus, em Caruaru, a 130 quilômetros de Recife, começaram em 2006 em espaço provisório. De lá, três anos depois, foram transferidas para uma sede própria, só oficialmente inaugurada ontem.

¿ Agora que aprendemos o caminho das pedras, as pessoas não vão querer voltar para trás. Quem vai querer ser o próximo presidente e fazer menos do que um torneiro mecânico? ¿ disse o presidente.

Lula falou a aliados que tinha pressa em fazer as inaugurações, pois enfrentaria uma ampla agenda pela frente. Referia-se ao complexo industrial portuário de Suape, no litoral sul, e ao comício à noite, em Recife, ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), que disputa a reeleição, e da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

Pouco antes de deixar Salvador e seguir para Recife, onde encontraria Lula, Dilma deu a entender que ainda não considera a possibilidade de disputar um segundo mandato se vencer em outubro:

¿ Meu projeto político é ficar quatro anos. Na próxima eleição, digo o resto do projeto. Não se faz isso (antecipar), estou disputando uma eleição dia 3 de outubro de 2010. O povo no Brasil só pode dar um mandato, o tamanho do mandato é de quatro anos, então é isso que estou disputando.

Ao comentar o financiamento de instituições financeiras privadas para grandes projetos, ela se queixou que só o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) empreste dinheiro a longo prazo no país.

¿ Acho que é importantíssimo que o sistema privado financeiro brasileiro participe de financiamentos de longo prazo. Hoje, se alguém quiser financiamento para hidrelétrica, para termoelétrica, ou seja, tudo que for acima de 15, 20 anos, a única fonte que há é o BNDES. Isso não é bom para o Brasil.

* Da agência A Tarde