Título: 'Não há ideia de vale-tudo', diz coordenador
Autor: Damé, Luiza; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 02/09/2010, O País, p. 11

"Adversários querem utilizar isso como peça de campanha"

Marco Aurélio Garcia, coordenador do programa de governo da candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, declarou ontem que a oposição quer utilizar como peça de campanha o episódio sobre a quebra de sigilo fiscal de integrantes do PSDB, como Eduardo Jorge Caldas, e de Verônica Serra, filha do candidato tucano à Presidência, José Serra.

- Evidentemente, somos críticos a qualquer tipo de violação, mas isso está em mãos de investigação. A própria Polícia Federal vai tomar conhecimento e investigar isso. Evidentemente, os adversários do governo querem utilizar isso como peça de campanha - afirmou Garcia.

O coordenador petista negou que haja um clima de vale-tudo no partido, visando à vitória nas eleições.

- Não há uma ideia de vale-tudo. Há uma investigação, essa investigação vai chegar a conclusões e aí, se alguém estiver desconforme, poderá sempre recorrer à autoridade judiciária do país. A impressão é que não é o caso. Não me parece que esteja configurada, de maneira nenhuma, a situação de vale-tudo. Quem está tentando fazer isso é a oposição, por razões compreensíveis.

Barreto: "fatos novos" descartariam uso eleitoral

Antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar entrevista no Itamaraty defendendo a Receita e pedindo confiança nas investigações do órgão e da PF, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse, no Palácio do Planalto, descartar que os atos tenham uma conotação de crime eleitoral. Segundo o ministro, "fatos novos", que ele não detalhou, indicam que há outros indícios de motivação para o crime. Barreto afirmou que a Polícia Federal vai investigar com transparência a denúncia de vazamento.