Título: Dilma e Serra prometem manter alta
Autor: Almeida, Cássia; Spitz, Clarice
Fonte: O Globo, 04/09/2010, Economia, p. 25

Petista diz que vai perseguir taxa; para tucano, não pode ser "voo de galinha"

PORTO ALEGRE e JOINVILLE. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre foi tema ontem de discurso dos principais candidatos à Presidência da República. Em entrevista em Porto Alegre (RS), a candidata do PT, a ex-ministra Dilma Rousseff, disse que os dados apresentados pelo IBGE mostram que o país está crescendo acima de 8% no primeiro semestre, o que deve resultar em uma expansão acima de 7% em 2010. Esse resultado, segundo Dilma, vai representar o maior crescimento econômico do Brasil nos últimos 24 anos, marcado pelo movimento de ascensão das classes sociais.

"Ningúem pode ser contra o crescimento do país", diz Serra

- Hoje, quem era da classes D e E está consumindo produtos da classe C que, por sua vez, está consumindo produtos da B - disse Dilma, lembrando que, como candidata à presidência, vai continuar apresentando propostas para mudar o Brasil, mas mantendo o crescimento econômico.

O candidato do PSDB, José Serra, também abordou o assunto ontem, aproveitando para cobrar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a redução da carga tributária e dos juros embutidos nos financiamentos ao consumidor. Em discurso para empresários reunidos na sede da Associação Comercial e Industrial de Joinville (SC), no centro da cidade, Serra disse que ninguém pode ser contra o crescimento do país.

- Como é que a gente pode ser contra o crescimento do PIB? - perguntou Serra, para prosseguir: - O importante é que isso se mantenha nos próximos anos, que não seja um vôo de galinha.

Essa situação, segundo Serra, obriga o governo a "saber atuar" para aumentar o potencial de crescimento da economia do país.

- O presidente tem de saber atuar. Tem de saber investir nos pontos que hoje estrangulam o crescimento para o futuro. Tem de saber ver os impostos que castigam os investimentos. Tem de ter juros menores, mais compatíveis com o crescimento geral da economia. E gente treinada e qualificada para isso - disse o candidato.