Título: Medidas favoráveis ao comércio do DF
Autor: Cristino, Vânia; Verdini, Liana
Fonte: Correio Braziliense, 30/06/2009, Economia, p. 13

Material de construção: imposto menor turbinou as vendas

O anúncio das medidas tomadas pelo governo para reaquecer a economia brasileira ecoou nos pátios de concessionárias e de lojas de materiais de construção em Brasília. ¿Assim que soubemos que a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) seria prorrogada, mandamos e-mails para as lojas, avisando das boas-novas¿, revela o diretor-comercial do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do DF (Sincodiv), Hélio Aveiro.

As reações de comerciantes e entidades de classe brasilienses convergem com o resto do país, que fazia coro pela manutenção dos cortes de tributos e renúncia fiscal. ¿Vínhamos de um cenário de queda nas vendas, que só se inverteu após o corte do IPI. E que nos ajudou a obter uma progressão dos resultados em 12%¿, detalha Luiza Castanho, consultora de gestão de negócios da loja de materiais de construção Home Center Castelo Forte, com forte atuação nas regiões de menor renda no DF.

Assim como no segmento do varejo de construção, o DF registrou também bom desempenho nos segmentos de veículos leves e de eletrodomésticos da linha branca, que tiveram ganhos ainda maiores que os de 2008, ano em que a economia crescia a taxas acima de 5% e nadava em liquidez e emprego. ¿Tanto no setor automobilístico quanto no setor da linha branca, os resultados foram excepcionais. Nesse último, por exemplo, o crescimento (no acumulado do ano) foi da ordem de 17%¿, informa o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindvarejista), Antônio Augusto de Morais.

De janeiro a junho (números ainda não fechados), o setor automotivo no DF contabilizou alta de 28,7% nas vendas quando comparado com igual período de 2008. ¿Foi um boom que realmente nos surpreendeu, sobretudo porque tivemos, em 2008, um ano de ouro para o setor. E acreditamos que ainda teremos um resultado ainda melhor para este ano¿, projeta Hélio Aveiro, que projeta queda nas vendas em julho ante junho, devido ao número de brasilienses que decidiu antecipar a compra do carro zero para não perder o desconto do IPI.

O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Antônio Rocha, também é otimista quanto ao desempenho do setor produtivo. Ele comenta que, apesar de a indústria ainda não ter recuperado parte dos indicadores de produtividade (como a utilização da capacidade instalada e o faturamento das empresas), 2009 pode ainda ser um bom ano para o setor fabril. ¿É uma recuperação lenta. Mas que deve ser beneficiada pelas desonerações de máquinas (bens de capital) e dos custos de financiamento¿, disse. Guido Mantega, ministro da Fazenda, comentou que o alcance das medidas anunciadas atenderá não só o setor produtivo. ¿É um conjunto de ações que desonera não só a parte tributária, mas também a financeira¿, disse, durante a divulgação do pacote de estímulo à economia, no Palácio do Itamaraty.

E eu com isso?

A permanência do IPI menor na compra de veículos novos representa uma oportunidade para os consumidores do DF interessados em adquirir um carro popular, flex, ou com mais de mil cilindradas. Isso porque o governo anunciou a prorrogação do IPI mais baixo e indicou que o benefício não será mantido. A alíquota aumentará a partir de outubro até chegar a seu percentual original em janeiro de 2010.