Título: Planalto: Lula pede rapidez na investigação
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 21/09/2010, O País, p. 10
Padilha diz que a orientação é apurar todas as denúncias e que governo é o maior interessado
BRASÍLIA. A série de denúncias de corrupção envolvendo ex-assessores e familiares da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra foi tema da reunião de coordenação de governo, comandada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na coordenação e na audiência com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, segundo o Planalto, o presidente pediu pressa e rigor nas investigações de todas as denúncias, independentemente de quem são os envolvidos ou os acusadores. Na véspera, em comício em Campinas, Lula atacara duramente a imprensa por causa das denúncias.
A orientação do presidente é que seja apurada qualquer denúncia que apareça, independente do órgão. Qualquer órgão do governo federal que tenha qualquer denúncia, venha de quem vier, a denúncia será apurada. O governo é o principal interessado em que a verdade venha à tona disse o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após a reunião.
Denúncia será investigada independente de origem Segundo Padilha, a população brasileira pode ter absoluta certeza de que o governo não vai descansar enquanto todas as denúncias não forem esclarecidas. A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União estão investigando as denúncias envolvendo a exministra da Casa Civil, seus familiares e ex-assessores.
Há denúncias sendo apuradas.
Sendo confirmadas as irregularidades, todos os envolvidos serão punidos disse Padilha.
Ele afirmou que o governo nada descartar em razão da ficha corrida do acusador. Setores do governo tentaram desqualificar a denúncia de que Israel Guerra, filho de Erenice, teria cobrado para intermediar um financiamento do BNDES para a empresa EDRB porque o denunciante, Rubnei Quícoli, responde a processo por receptação de produtos roubados.
O governo não se guiará pelo tamanho da denúncia nem por quem denuncia. Qualquer denúncia, venha de quem vier, seja uma pessoa com antecedentes criminais ou não, este governo vai apurar até o fim afirmou Padilha.
Escolha para Casa Civil deve ficar para depois de eleição Na reunião de ontem, o substituto interino de Erenice, Carlos Eduardo Esteves, foi apresentado aos demais colegas da Coordenação de Governo. Segundo Padilha, Lula não falou em outro nome para o cargo. A expectativa era que nesta semana o presidente indicasse o ministro definitivo, mas a decisão deve ficara para depois da eleição. Segundo Padilha, o presidente não deu demonstração se quer outro nome ou não.
Seguindo orientações de Lula, o ministro da CGU, Jorge Hage, mandou apurar as novas denúncias de tráfico de influência no governo publicadas nos últimos dias: o pedido de financiamento. Hage disse que, embora boa parte das denúncias revele evidente interesse eleitoral, o dever da CGU é investigar todas que tenham um mínimo de plausibilidade e consistência