Título: Governador do AP é solto após 8 dias de prisão
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 20/09/2010, O País, p. 11

Outros três acusados de desvio de verbas também foram libertados, entre eles o candidato Waldez Góes

BRASÍLIA. Após passar oito dias na cadeia acusado de desviar dinheiro público, o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), candidato à reeleição, foi libertado pela Polícia Federal à meia-noite de ontem, segundo a PF porque acabou o prazo da prisão temporária. Outros três acusados também foram soltos, entre eles Waldez Góes (PDT), ex-governador do Amapá e candidato ao Senado.

O governador, que estava preso na superintendência da PF em Brasília, deve ser recebido hoje à tarde no aeroporto de Macapá com festa, organizada por aliados liderados pelo candidato a deputado Luciano Dias (PP). Pedro Paulo, Waldez Góes e mais de 80 pessoas são suspeitas de envolvimento em desvio de verbas de educação, saúde e assistência social, entre outras áreas, do governo do Amapá. O povo espera explicações.

Muitas situações estão sendo colocadas. Mas ele não tem essa culpa toda defendeu Luciano, sobrinho de Pedro Paulo.

O governador e Góes são aliados do presidente Lula, que gravou para o programa eleitoral do último. A Polícia Federal e o Ministério Público fazem pesadas acusações contra o governador, que assumiu o cargo na vaga deixada por Góes, seu padrinho político.

Relatório da PF acusa o governador de tentar arrancar US$ 30 milhões de um grupo asiático para financiar a campanha. Parte desse dinheiro, US$ 10 milhões, seria para enriquecimento pessoal. As acusações estão amparadas em gravações telefônicas autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O governador é acusado ainda de ligação com Luiz Antônio Vedoin, suposto chefe da máfia das ambulâncias. Pedro Paulo e Góes foram soltos após oito dias presos numa sala da superintendência da Polícia Federal em Brasília. Também foram libertados o ex-secretário de Educação José Adauto Santos Bitencourt e o empresário Alexandre Gomes de Albuquerque.

Os quatro faziam parte do grupo de 18 presos no início da operação, no último dia 10.

No sábado, o ministro João Otávio Noronha, relator do caso no STJ, determinou a prorrogação por mais 30 dias da prisão do presidente do Tribunal de Contas do estado, José Júlio de Miranda Coelho, e do secretário estadual de Segurança, Aldo Alves Ferreira. Os dois são acusados de ameaçar testemunhas para impedir o aprofundamento das investigações. No sábado também foram presos mais dois acusados: o chefe do serviço de inteligência do governo do Amapá, Jozildo Moura Santos, e o exsecretário de Planejamento Armando Ferreira.