Título: México: mais dois brasileiros entre mortos da chacina
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Fonte: O Globo, 23/09/2010, O Mundo, p. 37
Polícia Federal identifica corpos de paraenses; total chega a quatro
SÃO PAULO. A Polícia Federal (PF) identificou mais dois brasileiros entre as vítimas do massacre que deixou 72 migrantes mortos no estado de Tamaulipas, nordeste do México, no fim de agosto. Com a identificação desses dois brasileiros, ambos do Pará, aumenta para quatro o número de vítimas fatais do país na chacina. A pedido das famílias, a identidade dos paraenses não foi revelada à imprensa.
A PF enviara ao México, no domingo, três funcionários para auxiliar as autoridades do país na identificação de possíveis vítimas do Brasil. Os funcionários ainda estão no local e não descartam a existência de mais outros brasileiros entre os mortos.
¿As identificações ocorreram por impressões digitais e exames odontológicos¿, anunciou a Polícia Federal em comunicado.
Calderón apoia lei mais dura para ataques a jornalistas
Os corpos dos dois paraenses ainda não têm data para serem repatriados ao Brasil. Na semana passada, dois outros brasileiros já haviam sido identificados pela polícia: Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos, de Sardoá (MG), e Juliard Aires Fernandes, de 20 anos, de Santa Efigênia de Minas, que eram amigos e viajavam juntos com a esperança de chegar aos EUA.
O massacre de Tamaulipas, do qual o cartel de drogas Los Zetas é suspeito, foi o maior do tipo desde que o presidente Felipe Calderón assumiu a Presidência e iniciou uma dura ofensiva contra o narcotráfico, no final de 2006. Desde então, mais de 28 mil pessoas já morreram no país vítimas da guerra contra as drogas.
Sob pressão, Calderón assegurou ontem que vai apoiar uma lei que transformaria os ataques contra jornalistas em crime federal. A categoria é particularmente visada pelos cartéis do país, com mais de 30 jornalistas mexicanos assassinados ou desaparecidos nos últimos quatro anos. A declaração do presidente foi feita três dias depois que o ¿Diario¿ de Ciudad Juárez ¿ que teve dois repórteres mortos em dois anos ¿ pediu, em editorial, uma trégua aos narcotraficantes.