Título: Os suplentes dos candidatos ao Senado
Autor: Vasconcellos, Fábio
Fonte: O Globo, 24/09/2010, O País, p. 20

Calendário eleitoral até 2018 deixa substitutos de candidatos do Rio com mais chances de assumir o posto cobiçado

Mesmo com a disputa acirrada para o Senado, o futuro político dos quatro principais candidatos do Rio pode ajudar a levar a Brasília políticos que muitos eleitores desconhecem. Pelas regras, caso um senador renuncie para assumir outro cargo, o suplente, indicado pelos candidatos ou seu partido, é imediatamente empossado. Hoje, 21% das 81 cadeiras do Senado são ocupadas por substitutos - levando em conta também as cinco vagas dos senadores que deixaram a Casa para concorrer nestas eleições.

Os dois senadores eleitos do Rio terão que cumprir mandato até o ano de 2018. No entanto, até lá, eventuais convites para assumir cargos nos executivos federal ou estadual, ou ainda as eleições para prefeito em 2012 e governador do Rio em 2014 poderão mudar os planos de Lindberg Farias (PT), Marcelo Crivella (PRB), Cesar Maia (DEM) ou Jorge Picciani (PMDB). Lindberg, que tentou ser candidato ao governo do Rio este ano, pode retomar o projeto daqui há quatro anos ou mesmo concorrer novamente em 2012.

Caso isso venha a ocorrer, a vaga de Lindberg seria ocupada por seu primeiro suplente, o empresário e deputado estadual Olney Botelho (PDT), que está no seu primeiro mandato. O pedetista tem sua base política na região de Nova Friburgo, na Região Serrana, e é ligado ao setor de panificação.

Cientista político também é suplente de petista

O segundo suplente de Lindberg é o cientista político e professor da Uerj Emir Sader. Conhecido por ser um crítico do governo FH e um forte defensor do governo Lula, o professor chegou a ser processado em 2006 por um artigo com críticas ao ex-senador Jorge Bornhausen (DEM). Os dois suplentes do candidato do PT ao Senado foram escolhidos pela direção estadual do partido.

Bem cotado nas pesquisas, o senador Marcelo Crivella, que tenta a reeleição, é outro que pode voltar a concorrer à prefeitura do Rio em 2012. Foi assim em 2004 e 2008, quando ele apresentou sua candidatura à prefeitura, e em 2006, quando concorreu ao governo do estado. Crivella tem como suplente o ex-deputado federal vinculado à Igreja Universal, Eduardo Benedito Lopes (PSB).

O ex-deputado tem experiência como suplente. Ele chegou a ocupar a cadeira na Câmara Federal entre 2007 e o início deste ano por ser o primeiro substituto do deputado federal Alexandre Cardoso (PSB), que deixou a Câmara, logo depois de ser eleito em 2006, para ser secretário estadual de Ciência e Tecnologia.

O segundo suplente de Crivella é o vereador de Barra do Piraí Espedito Monteiro de Almeida (PRB), conhecido como pastor Monteiro de Jesus. Ele está no segundo mandato e chegou a enfrentar problemas com o registro da sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os impedimentos, segundo Crivella, serão superados pois seriam apenas erros de informação.

Suplente de Cesar Maia é seu ex-secretário de Saúde

O ex-prefeito Cesar Maia, que também já concorreu ao governo do Rio em 1998, tem como suplente o seu ex-secretário municipal de Saúde, o empresário Ronaldo Cezar Coelho (PSDB). Ele estava à frente da secretaria quando o governo federal determinou a intervenção na área da saúde em 2005. Sua escolha teria sido um pedido da Executiva Nacional do PSDB. Caso Ronaldo não possa assumir, numa eventual desistência de Cesar, o senador passaria a ser o presidente do DEM de Nilópolis, o vereador Roberto de Barros Batista.

Correndo para subir nas pesquisas e deixar a quarta colocação, o candidato ao Senado Jorge Picciani tem como suplente o ex-deputado estadual por quatro mandatos e ex-secretário de Assuntos Fundiários do governo Brizola, Carlos Correia. Ele também integra as executivas estadual e federal do PDT. O segundo suplente de Picciani é o pastor Everaldo Dias da Assembleia de Deus, e que tinha cargo no governo estadual. Ele também é vice-presidente do PSC. Ambos foram escolhas pessoais de Picciani.

O Rio de janeiro tem outros sete candidatos concorrendo ao Senado. Pelo PSOL, Milton Temer apresenta como seu suplente o economista José Luiz Amalio da Silva, conhecido também como Zé da Lata.

Já Allan Marinho dos Santos, que é ligado à Assembleia de Deus, é o suplente do candidato Waguinho (PTdoB), também integrante da Assembleia de Deus. Marcelo Cerqueira (PPS) apresenta como seu suplente o deputado estadual Glauco Lopes (PSDB). Os demais candidatos ao Senado são: Carlos Dias (PTdoB), Claiton Coffy (PSTU), Heitor Fernandes (PSTU) e Wladimir Mutt (PCB).