Título: Na campanha de Dilma, ordem para não atacar Marina
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 29/09/2010, O País, p. 4

Nesta reta final, petista também vai colar cada vez mais no presidente

BRASÍLIA. Após a pesquisa Datafolha, a ordem no comando da campanha presidencial governista ontem foi a de tentar uma grande mobilização da militância petista até domingo, e, ao mesmo tempo, redobrar os cuidados e a cautela da candidata Dilma Rousseff, para que ela não vá para o confronto com a adversária Marina Silva, do PV. O comando da campanha já havia identificado que Dilma errou ao atacar Marina no debate de domingo à noite na TV Record. Ex-petista, a candidata do PV e seus eleitores serão cortejados num eventual segundo turno entre Dilma e o tucano José Serra.

O fato é que a campanha do PT entrou em estado de alerta. Antes da pesquisa do Datafolha, já havia sinais internos, na campanha, de que o clima antecipado de "já ganhou"poderia provocar uma dispersão dos militantes e aliados. Daí o chamamento à militância.

Embora ainda considerem que é possível vencer no primeiro turno, coordenadores de campanha passaram a dar novas orientações ontem. A maior preocupação é evitar erros da candidata, principalmente no debate da TV Globo, amanhã.

E, principalmente, não atacar Marina e nem aceitar provocação. Se tiver que responder, que seja de forma civilizada e cautelosa, sem ir para o enfrentamento. No debate da Record, ao ser questionada por Marina sobre a repetição de denúncias envolvendo a Casa Civil, Dilma, de forma ríspida, lembrou à adversária que quando ela era ministra do Meio Ambiente também enfrentou problemas de corrupção em sua pasta.

Outra determinação é explorar mais ainda a imagem do presidente Lula até domingo. Ele terá um papel de protagonista no último programa de Dilma na TV.