Título: Ana Júlia e Yeda, petista e tucana em apuros
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 26/09/2010, O País, p. 13

As duas governadoras, envolvidas em denúncias, devem ser derrotadas; situação de Roseana também não é fácil

BRASÍLIA. Campeãs de rejeição e de escândalos que envolvem desde a contratação de manicure e namorado até a compra de uma casa com suposto caixa dois, as governadoras petista Ana Júlia Carepa (Pará) e tucana Yeda Crusius (Rio Grande do Sul) não acompanham o sucesso da primeira candidata mulher com chances reais de se eleger presidente, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT). Elas figuram entre os poucos governadores que não devem conseguir um segundo mandato nas eleições do próximo domingo.

Na contramão da onda vermelha petista, Ana Júlia amarga, segundo a última pesquisa Ibope no estado, 13 pontos a menos que o tucano Simão Jatene, ex-governador do Pará. E ainda tem contra ela o candidato de Jader Barbalho (PMDB), Domingos Juvenil. Ele só tem 5% das intenções de votos, mas sua candidatura serviu para pôr todo aparato da força de Jader contra a petista.

Já no Sul é o PT de Ana Júlia que irá bater a tucana Yeda Crusius. O ex-ministro petista Tarso Genro (PT) desponta com 43% no Datafolha, contra tímidos 13% de Yeda. O petista pode ganhar a eleição já no primeiro turno.

Outra mulher, a governadora peemedebista Roseana Sarney, que liderava com folga no Maranhão até duas semanas atrás, enfrenta agora a possibilidade de ver a disputa ir para o segundo turno além das denúncias de abuso de poder econômico na campanha. O candidato do PCdoB, Flavio Dino, tem crescido nos últimos dias e, junto com o ex-governador Jackson Lago (PDT), pode adiar a decisão no Maranhão.

O prognóstico é que, se houver segundo turno, a filha do presidente do Senado, José Sarney, pode ser derrotada, como nas eleições passadas.

No Pará, Ana Júlia tem repetido o mesmo argumento de Dilma para justificar o fracasso administrativo em algumas áreas: culpa do PSDB, que, para ela, deixou uma herança maldita de 12 anos de governo no estado. Ao longo dos quatro anos de seu mandato, entretanto, a governadora protagonizou escândalos que ultrapassaram os limites do Pará.