Título: Procuradoria analisa se pedirá teste a Tiririca
Autor: Ribeiro, Marcelle
Fonte: O Globo, 28/09/2010, O País, p. 16
Candidato pode ser votado mas não assumirá vaga no Congresso caso analfabetismo seja comprovado
SÃO PAULO. A Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo analisa esta semana se pede à Justiça que determine que o candidato a deputado federal Tiririca (PR-SP) faça um teste para comprovar se ele sabe ler ou escrever.
A denúncia de que Tiririca seria analfabeto foi publicada pela revista Época, que em mais de uma ocasião pediu ao candidato que lesse um texto, o que foi feito por assessores. A revista também ouviu pessoas próximas ao artista que disseram que ele seria analfabeto.
O procurador regional eleitoral Pedro Barbosa recebeu ontem do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) cópia dos documentos apresentados por Tiririca (cujo nome verdadeiro é Francisco Everardo Oliveira Silva) para registrar a candidatura.
Segundo a Época, Tiririca apresentou uma declaração que teria sido feita de próprio punho afirmando ser alfabetizado. O procurador vai analisar a veracidade da declaração e os papeis anexados para só depois decidir se pedirá que passe por teste.
O exame pode ser solicitado ao TRE-SP, que é quem vai determinar se ele será realizado ou não. O procurador acredita que, se pedir o teste, ele não deve ser solicitado antes das eleições.
Fomos surpreendidos com a situação. Vou ter que reanalisar o processo. Pode ter outro documento que comprove a escolaridade do candidato. A questão do teste é possível, mas não significa que vamos fazer disse o procurador Pedro Barbosa, afirmando que, quando o registro de Tiririca foi aceito, não havia suspeitas de que pudesse ser analfabeto.
Como já não cabe mais recurso no processo de registro no TRE, e como o MP ainda não está convencido de que ele seja analfabeto, o humorista poderá ser votado e eleito no domingo.
Se o Ministério Público entender que é necessário um teste de leitura e escrita, solicitará ao TRESP e, caso fique comprovado, entrará com recurso contra a expedição do diploma, para que Tiririca não assuma o cargo ou tenha o mandato cassado.
Se ele apresentou declaração que não foi de próprio punho pode responder por falsidade disse o procurador.