Título: Passaportes ainda sem previsão
Autor: Brunet, Daniel; Dutra, Marcelo
Fonte: O Globo, 30/09/2010, Rio, p. 24

Apenas casos de emergência estão sendo atendidos, e de forma lenta

A Polícia Federal ainda não sabe quando o ser viço de agendamento para emissão de passaportes será normalizado em todo o país. O sistema está parado desde segunda-feira e apenas os casos de emergência estão sendo atendidos, de forma mais lenta que o normal.

Os funcionários das unidades da PF em todo o país estão limitados a conferir e coletar dados dos interessados num módulo manual. As informações não estão sendo transmitidas para a Casa da Moeda em Brasília.

Segundo o órgão, o problema surgiu na segunda-feira, quando técnicos tentavam transferir dados do atual sistema para equipamentos novos e mais modernos. A PF se limitou a informar, porém, que estão sendo adotadas as medidas necessárias para o restabelecimento do sistema.

As pessoas que já tinham feito o agendamento podem retirar o passaporte. Mas a entrega está sendo feita com lentidão.

Ontem, o tempo médio de espera no posto da PF no Aeroporto Internacional Tom Jobim era superior a duas horas.

F u i a g e n d a d a p a r a 17h15m. Já são 18h40m e tem pelo menos 20 pessoas na minha frente reclamava, ansiosa, a médica Regina Corsevil.

Também com demora, estão sendo aceitos apenas os casos de quem precisa do documento de viagem com urgência. Para ter o benefício, a pessoa precisa comprovar que não pode aguardar o prazo de entrega quase três meses por necessitar viajar por motivo de saúde (seja do requerente, do seu cônjuge ou parente até segundo grau), para proteger seu patrimônio, por necessidade de trabalho, por estar envolvida em ações de ajuda humanitária ou de interesse da administração pública, ou em caso de calamidade ou guerra.

Para quem não se enquadra nesses casos, só resta adiar a viagem. É o caso da comerciante aposentada Sueli Cirrota, que seguiria em outubro para a Europa.

Quando tínhamos que ir à Praça Mauá, a gente enfrentava uma fila enorme, mas, pelo menos, saía com o documento e não com prejuízo