Título: Guerrilha virtual na disputa pelo Senado
Autor: Galdo, Rafael
Fonte: O Globo, 30/09/2010, O País, p. 21

No Rio, Crivella é alvo de spams que utilizam nome de Edir Macedo e atacam projeto de poder da Universal

Enquanto a guerra virtual se intensifica na campanha presidencial, no Rio de Janeiro o candidato do PRB ao Senado, Marcelo Crivella, também foi alvo de spams ontem. Por e-mail apócrifo, supostamente o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e tio de Crivella, pedia votos para o sobrinho. O texto, no entanto, continuava com cinco links, dois deles para matérias da Veja e do Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre denúncias contra a Iurd, além de frases como a Universal é rica, mas precisa de poder político.

As mensagens também foram repassadas para celulares e, entre os links, incluíam um trecho das inserções de TV veiculadas na semana passada na propaganda eleitoral gratuita da coligação do PMDB para deputado federal e estadual. No vídeo, é questionado se Marcelo Crivella quer ser senador, já que, durante os oito anos de seu mandato no Senado, candidatou-se duas vezes à prefeitura do Rio, em 2004 e em 2008, e outra ao governo do estado, em 2006.

Num outro link, o internauta era dirigido a uma matéria de 1999 da Veja, que apontava Crivella como uma nova liderança da Universal. Depois, o e-mail afirmava que Crivella era parte do projeto político da Universal e de seu chefão Edir Macedo.

No meio da tarde de ontem, uma nota enviada pela internet, no mailing Rede de Notícias, que repassa aos internautas informações do site de Crivella, chegou a afirmar que a distribuição dos spams era uma artimanha maliciosa dos adversários para denegrir a imagem do candidato com conteúdo falso.

À noite, porém, Crivella, por meio de sua assessoria de imprensa, disse desconhecer o texto em que, supostamente, sua campanha respondia aos e-mails falsos.

De Brasília, onde passou o dia, o candidato não quis se pronunciar sobre os spams, nem disse se pediria investigação do caso. Mas afirmou que o texto do Rede de Notícias também não tinha sido aprovado por ele, e que, se foi enviado por integrantes de sua campanha, era indevido.

Tal conduta se trata de uma artimanha maliciosa dos adversários que, vendo a vitória iminente de um homem de bem, cuja liderança nas últimas pesquisas é incontestável, apelam para artifícios como o supramencionado, dizia trecho da nota.