Título: Picciani: Lula apoia Crivella por causa do mensalão do PT
Autor: Remígio, Marcelo; Magalhães, Luiz Ernesto
Fonte: O Globo, 30/09/2010, O País, p. 19
Candidato do PMDB tenta subir nas pesquisas; Cesar prega voto útil
Marcelo Remígio e Luiz Ernesto Magalhães
O candidato do PMDB ao Senado pelo Rio, Jorge Picciani, subiu ontem o tom contra o adversário Marcelo Crivella (PRB), que concorre à reeleição.
Os ataques são uma resposta ao apoio do PT nacional a Crivella e uma tentativa de conquistar votos do eleitorado indeciso. Após um corpo a corpo no calçadão de Campo Grande, Picciani chamou Crivella de vazio e questionou o apoio do presidente Lula ao candidato do PRB. O principal cabo eleitoral de Picciani, o governador Sérgio Cabral, tem o apoio de Lula.
Crivella está ancorado na Igreja Universal. Ele tem o apoio do presidente Lula porque, no caso do mensalão, ele esteve ao lado do governo afirmou Picciani, relacionando o nome do adversário ao líder da Igreja Universal, bispo Edir Macedo.
O peemedebista fez ontem campanha na Zona Oeste com o companheiro de chapa, Lindberg Farias (PT), que também disputa uma vaga de senador e tem o apoio de Lula. Mesmo com a agenda conjunta, cada um caminhou sozinho por 40 minutos. Lindberg, que tem evitado ataques a adversários, disse que o apoio de Lula a Crivella é uma opção pessoal do presidente e que não interfere na decisão do PT do Rio de colar sua campanha à de Picciani.
A caminhada de Picciani e Lindberg em Campo Grande durou quase duas horas. Eles se encontraram na metade do calçadão do bairro, região de comércio popular. Após um abraço e um aperto de mãos, pediram votos juntos, mas não o tempo todo.
Enquanto Lindberg distribuía beijos, Picciani entregava santinhos, quase sempre à frente do petista. Ambos levaram suas claques. Os candidatos também participaram de corpo a corpo e carreata em Jacarepaguá.
Próximo à Zona Oeste, no município vizinho de Itaguaí, o também candidato ao Senado e exprefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), pregou ontem que seus eleitores adotem uma espécie de voto útil. Ele defendeu que seu eleitor dê o segundo voto para um candidato com menos chances nas pesquisas eleitorais: É preciso tomar cuidado com a decisão do segundo candidato.
Se o segundo voto for em alguém com chances de ganhar isso anula a intenção do primeiro voto de eleger o candidato que se deseja.