Título: Institutos têm métodos diferentes
Autor: Souza, André de
Fonte: O Globo, 30/09/2010, O País, p. 10

BRASÍLIA. A divergência nos números das últimas pesquisas de intenção de votos para a disputa presidencial é explicada por fatores metodológicos.

Analistas e especialistas avaliam que todas essas sondagens convergem, ao apontar um crescimento da candidata do PV, Marina Silva. Dizem ainda que as diferenças dos percentuais estão relacionados a vários fatores, como a metodologia utilizada e o período em que as entrevistas foram realizadas.

A diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, diz que as pesquisas têm um ponto em comum: o crescimento de Marina. E afirma que todas as sondagens mostram os candidatos oscilando num mesmo intervalo. O índice de Dilma, por exemplo, varia de 47% e 50%.

Não há tendência de queda de Dilma (para o Ibope) disse ela.

O Ibope faz entrevistas domiciliares enquanto o Datafolha faz pesquisa de fluxo de campo, com entrevistas nas ruas.

Mas para o professor Ricardo Caldas, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), há uma tendência de queda de Dilma. Ele diz que analisa apenas as pesquisas do Datafolha. A divulgada segunda-feira, mostra que, em duas semanas, a diferença de Dilma para os demais candidatos caiu de 12 pontos para dois. Segundo o professor, os resultados finais de pesquisas dependem do número de entrevistas e da metodologia aplicada, o que influi na margem.

Caldas avalia que a entrevista domiciliar pode captar um tipo de voto, enquanto os pontos de fluxo nas ruas podem apontar outra tendência.

Na última terça-feira, em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o diretorexecutivo do Datafolha, Mauro Paulino, disse que a realização ou não de um segundo turno ainda era uma indefinição: A exemplo de duas eleições anteriores, é impossível afirmar de forma isenta, a cinco dias da votação, se Dilma terá mais votos do que a soma dos seus concorrentes.