Título: Romeu Tuma Junior tem processo arquivado
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Fonte: O Globo, 01/10/2010, O País, p. 22

Ex-secretário Nacional de Justiça era investigado por suspeita de esquema ilegal com empresário

BRASÍLIA. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, em reunião no último dia 17 de setembro, pelo arquivamento do processo aberto contra Romeu Tuma Junior, ex-secretário Nacional de Justiça. A conduta de Tuma Junior foi investigada depois de denúncias ligando seu nome ao empresário chinês Paulo Li, que em setembro de 2009 foi denunciado por importação ilegal de telefones celulares e preso após operação da Polícia Federal.

Nenhum dos deslizes éticos apontados foi comprovado"

Tuma foi demitido do cargo em junho, um mês depois do surgimento das denúncias de sua ligação com o esquema do empresário exonerado do cargo. Segundo o ex-secretário, a Comissão acatou parecer do relator do processo, Humberto Gomes de Barros, de que "nenhum dos deslizes éticos apontados foi comprovado".

No parecer, Gomes de Barros, que é ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça disse, segundo Tuma Júnior, que "o acusado não merece qualquer das sanções cominadas pelo Código de Conduta (Ética da Alta Administração)".

Na época de sua demissão, Tuma Júnior admitiu ter relações com Paulo Li, mas negou ter cometido irregularidades. Seu nome apareceu em gravações telefônicas e e-mail monitorados pela Polícia Federal, durante a Operação Wei Jin.

As conversas sugeriam que o ex-secretário era cliente do esquema de contrabando da máfia chinesa e teria recebido ligação de Paulo Li quando este foi preso. Tuma teria ligado para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pedido para ser ouvido.

O conselheiro Roberto Caldas confirmou que a Comissão arquivou o processo. A decisão foi comunicada pelo presidente, Sepúlveda Pertence.