Título: A laranja de Roriz vai ao 2° turno
Autor:
Fonte: O Globo, 04/10/2010, O País, p. 29

Mulher do ex-governador ameaçado pela Ficha Limpa disputará com petista

BRASÍLIA. Apesar do uso exaustivo da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista Agnelo Queiroz, ex-ministro dos Esportes, não conseguiu vencer a eleição para o Distrito Federal no primeiro turno.

Ele vai enfrentar, no próximo dia 31, Weslian Roriz (PSC), mulher do ex-governador Joaquim Roriz, que o substituiu na reta final da campanha eleitoral, no dia 24 passado, após a renúncia do marido, ameaçado pela Lei da Ficha Limpa por causa da indefinição do Supremo Tribunal Eleitoral sobre a validade ou não da lei.

Com a apuração encerrada, Agnelo, que ultrapassou Joaquim Roriz na liderança das pesquisas eleitorais em meados de agosto, ficou com 48,4% dos votos válidos.

Weslian Roriz ficou em segundo lugar, com 31,5%, seguida do candidato Toninho do PSOL, que surpreendeu e ficou com 14,25%. Para o segundo turno, Toninho terá papel decisivo para determinar quem será o próximo governante de Brasília.

Weslian esquece de confirmar voto na urna Toninho cresceu depois que Joaquim Roriz foi substituído por Weslian, que manteve a média de votos apontada pelas pesquisas. A substituta de Roriz fez campanha durante uma semana, sem apresentar propostas e se valendo da religiosidade e do capital político do marido para continuar na disputa. Nos dois debates de que participou, deixou a marca de sucessivas trapalhadas e respostas confusas.

A mulher de Roriz se enrolou até na hora de votar.

Acompanhada pelo marido, Weslian votou às 11h33m, numa escola do Núcleo Bandeirante, região administrativa de Brasília. Entrou sorridente e otimista na cabine e lá ficou por 1 minuto e 20 segundos.

Ao sair, porém, foi alertada pelo mesário de que se esquecera de confirmar o voto digitado na urna eletrônica.

¿ Eu voltei para poder confirmar tudo (risos). Voltei para confirmar ¿ disse, surpreendendo até mesmo o marido.

No Senado, a chapa de Agnelo saiu vitoriosa, levando as duas vagas do Distrito Federal.

O senador Cristovam Buarque (PDT) conseguiu a reeleição (37,27% dos votos válidos) e o deputado Rodrigo Rolemberg (PSB) ficou com a segunda cadeira (33,03%).