Título: Tarso vence no Rio Grande do Sul
Autor: Guedes, João; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 04/10/2010, O País, p. 26

Após oito anos e duas derrotas no segundo turno, PT volta ao governo gaúcho; Yeda Crusius amarga o terceiro lugar

PORTO ALEGRE.Embalado pelo apoio do presidente Lula e pela tradição gaúcha de não reeleger governador, o ex-ministro Tarso Genro (PT) venceu a eleição para o governo do Rio Grande do Sul, superando o ex-prefeito de Por to Alegre José Fogaça (PMDB) e a atual governadora, Yeda Crusius (PSDB) ¿ uma das mulheres que emergiram poderosas nas eleições em 2006, mas que encerra o mandato passando muito longe da reeleição, com popularidade em baixa e inúmeras denúncias de corrupção envolvendo seu governo.

Tarso foi eleito com pouco mais de 54% dos votos válidos.

Fogaça somou cerca de 24% e Yeda, 18%. A vitória marca o retorno do PT ao governo após oito anos e duas derrotas no segundo turno. Tarso perdeu para Germano Rigotto (PMDB), em 2002. Olívio Dutra (PT) ¿ que governou o Estado entre 1999 e 2002 ¿ foi superado por Yeda Crusius (PSDB) em 2006.

Com a vitória, Tarso promete reforçar a campanha de petistas que disputarão segundo turno: ¿ Não guardamos rancor dos adversários. Queremos convocar todas as forças políticas que estejam vinculadas e tenham simpatia por esse programa para que trabalhem conosco.

Tarso tem agora o desafio de arrebanhar o apoio de legendas como o PTB e o PDT, que estavam com Fogaça. Com uma campanha que enfrentou dificuldade para empolgar eleitorado e militância, Fogaça ficou em segundo lugar. Esbarrou na resistência provocada pelo fato de ter deixado a Prefeitura de Porto Alegre para concorrer e por não ter escolhido um presidenciável, postura que definiu como ¿imparcialidade ativa¿.

¿ Agradeço o apoio à campanha modesta que realizamos.

Tivemos o projeto mais inovador apresentado nessa eleição ¿ disse Fogaça, que chorou ao admitir a derrota.

Sem ultrapassar o patamar de 20% dos votos válidos, Yeda também sofreu para superar a queda de popularidade trazida por medidas impopulares de ajuste fiscal e por sucessivas denúncias de corrupção em quatro anos.