Título: Rio leva Lindberg e Crivella ao Senado
Autor: Nóbrega, Camila; Fradkin, Eduardo
Fonte: O Globo, 04/10/2010, O País, p. 24B

Arrancada de Picciani surpreende, mas o candidato de Cabral perde segunda vaga por cerca de 270 mil votos

Camila Nóbrega, Eduardo Fradkin, Henrique Gomes Batista e Miguel Caballero

O candidato Lindberg Farias (PT) confirmou o que diziam as pesquisas e foi eleito senador pelo Estado do Rio, com 28,6% dos votos. O petista, que chega ao Senado pela primeira vez, com mais de quatro milhões de votos, terá nos próximos oito anos a companhia do senador Marcelo Crivella, do PRB. Ele foi reeleito com 22,6% dos votos, após uma disputa acirrada com Jorge Picciani, do PMDB.

Numa arrancada patrocinada pelo governador reeleito Sérgio Cabral, Picciani disputou voto a voto com Crivella a segunda vaga para o Senado. Ao fim da apuração, o peemedebista obteve 20,7% dos votos. Foram cerca de 270 mil votos a menos que seu adversário. Em quarto lugar ficou o ex-prefeito Cesar Maia, com 11,3%.

Lindberg e Crivella comemoraram assim que souberam do resultado. O senador do PRB garantiu que o apoio informal do presidente Lula e da presidenciável Dilma Rousseff (PT) o ajudou a se reeleger. Por isso, quer compor a base de apoio ao governo, caso a petista seja eleita presidente. Já Lindberg afirmou que no Senado haverá mais espaço para diálogo com os partidos de oposição.

Lindberg diz que vai cumprir todo o mandato Lindberg votou ontem à tarde em Nova Iguaçu acompanhado da família e afirmou que seria o representante da Baixada em Brasília. Mais tarde, atribuiu sua vitória ao apoio que recebeu de Lula, Cabral e do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

Pela manhã, ao lado do governador, Lindberg disse que ficará os oito anos de seu mandato no Senado ¿ embora já tenha admitido que pode concorrer ao governo do estado em 2014. O petista disse que, em 2012, vai apoiar a reeleição de Paes: ¿ Vou ficar os oito anos (no Senado).

Não vou pular de eleição para eleição, não quero colocar a carroça na frente dos bois. Não sou, nem serei candidato a nada. Tenho muito trabalho a fazer pelo Rio no Senado. Quero estabelecer a parceria com o prefeito Eduardo Paes, com o Cabral, num período importante para o estado, que terá a Copa do Mundo e a Olimpíada em 2016.

O petista disse ainda que fará das Unidades de Policia Pacificadora uma de suas primeiras bandeiras.

¿ Quero tentar convencer a Dilma, se ela for eleita presidente, para que o governo federal entre com recursos a fim de levar as UPPs a todo o Estado do Rio.

Já o senador Marcelo Crivella afirmou que foi beneficiado pelos índices de rejeição dos seus adversários: ¿ Em todas as eleições, eu beneficiei meus adversários com a minha rejeição. Só que, agora, ela caiu muito. Desta vez, eu me beneficiei com a rejeição a outros ¿ alfinetou. ¿ As campanhas de alguns candidatos foram perdulárias, faustosas, mas não creio que isso os levará à vitória. Pelo contrário, vai deixar uma lição muito importante para todos os políticos da bancada fluminense, todos os candidatos do Rio, de que política se faz com idealismo, com denúncia e com o desejo de servir, não com dinheiro.