Título: Chineses chegam ao pré-sal do país
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 02/10/2010, Economia, p. 33
Estatal Sinopec investe US$7,1 bilhões e passa a deter 40% da Repsol Brasil
PLATAFORMA SOVEX, da Repsol, que hoje está na Bacia de Santos
RIO, MADRI e PEQUIM. A Repsol Brasil, subsidiária brasileira da petrolífera espanhola, anunciou ontem associação com a Sinopec, estatal chinesa, para o desenvolvimento de suas atividades no país, onde atua também em campos do pré-sal. O diretor de Comunicação da Repsol Brasil, Alejandro Roig, explicou que os chineses estão entrando em parceria injetando US$7,1 bilhões na empresa. Com isso o capital da Repsol Brasil passará para US$17,8 bilhões.
¿ A associação com a Sinopec foi uma forma de aumentar os recursos para o desenvolvimento de nossos projetos no Brasil ¿ afirmou Roig. ¿ E com a operação, a Repsol Brasil será a maior petrolífera privada da América Latina ¿ completou.
Pelo acordo anunciado ontem, a Repsol ficará com 60% do capital da companhia, e a Sinopec, com 40%.
Entre os 16 ativos da empresa espanhola no Brasil, está a participação de 25% no bloco BM-S-9, operado pela Petrobras no pré-sal da Bacia de Santos, onde já houve as descobertas das áreas de Guará e Carioca. Guará tem estimativa de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo recuperável, e Carioca é considerado um campo promissor, mas ainda não possui estimativas de produção.
A Sinopec vai subscrever completamente um aumento de capital de US$7,1 bilhões da Repsol no Brasil. Assim, será criada uma das maiores companhias privadas de energia da América Latina. Com isso, a espanhola cancelou seus planos de fazer uma oferta primária de ações no Brasil.
¿Estamos muito satisfeitos em participar do desenvolvimento dos projetos brasileiros com um parceiro de reconhecido prestígio como a Sinopec¿, disse o presidente da Repsol, Antonio Brufau, em comunicado ontem.
A Sinopec informou que está projetando uma produção de 200 mil barris por dia de óleo equivalente da maioria dos blocos marítimos da parceria com a Repsol. No mês passado, circularam rumores de que a Sinopec também faria uma oferta para comprar ativos da OGX, empresa de petróleo e gás do grupo de Eike Batista.
Ramona Ordoñez, com agências internacionais