Título: Até o púlpito sai de cena
Autor: Jungblut, Cristiane; Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 06/10/2010, O País, p. 3

Dilma recomeça campanha pela Baixada Fluminense

BRASÍLIA e RIO. Numa demonstração visível de que pretende adotar uma atitude mais humilde neste segundo turno, Dilma Rousseff mudou ontem o formato de suas entrevistas coletivas. Depois de uma reunião com governadores nordestinos em seu escritório político, ela saiu do local e foi conversar com os jornalistas na calçada.

No primeiro turno, Dilma só dava entrevistas protegida por uma cerca e com os microfones em cima de um púlpito.

Era um ritual formal, no qual ela se posicionava diante de um púlpito de vidro para dar entrevistas diárias. Ontem, além de abandonar o púlpito, a candidata também demonstrou mais jogo de cintura com os jornalistas, agradecendo pelas perguntas.

E brincou: Primeiro as damas disse Dilma.

Esse comportamento mais humilde de Dilma também será aplicado ao dia a dia da campanha nas ruas, seguindo sugestões dos próprios aliados nas reuniões dos últimos dois dias. Dilma fará hoje no Rio uma carreata na Baixada Fluminense, no Rio, ao lado do governador reeleito, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), e do senador eleito Lindberg Farias (PT). Dilma tentará conquistar os votos evangélicos das periferias das grandes cidades. E confirmou participação nos debates, inclusive no da TV Bandeirantes, neste domingo.

Na avaliação da campanha de Dilma, a escolha do Rio para retomar a campanha de rua a petista obteve 43,76% dos votos no estado ocorreu porque a candidata derrotada do PV, Marina Silva, teve bom desempenho no estado, ficando em segundo lugar com 31,52%. Serra registrou 22,53%. Outro fator é a tentativa de atrair o eleitorado evangélico da verde. Tudo foi organizado por Wilson Carlos, coordenador da campanha de Cabral.

O objetivo é fazer com que as pessoas que não viram Dilma pessoalmente no primeiro turno digam: ela veio ao meu bairro. No segundo turno, é preciso olho no olho do eleitor. Esta carreata terá caráter experimental e irá para todo o país afirmou Lindberg.

O Estado do Rio é o terceiro colégio eleitoral do país. São cerca de 11,5 milhões de eleitores, 2,5 milhões só nos 13 municípios que fazem parte da Baixada Fluminense.