Título: Superbactéria contamina 17 hospitais no DF
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Fonte: O Globo, 09/10/2010, O País, p. 21

Desde janeiro, 108 pacientes foram infectados; governo investiga se surto causou a morte de 18 pessoas BRASÍLIA. Uma bactéria resistente a quase todos os antibióticos tem provocado um surto de infecção hospitalar em Brasília. Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, há 17 hospitais públicos e particulares contaminados com aquela que vem sendo tratada como superbactéria.

O governo local investiga se a morte de 18 pacientes que estavam internados foi causada pela superbactéria KPC. Desde o começo do ano, 108 pessoas teriam sido infectadas.

Entre eles, doentes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

¿ Essas vítimas já tinham possibilidade de morrer. Se ainda em cima elas pegam uma bactéria. Você tem que analisar caso a caso ¿ disse Fabíola Nunes, secretária de Saúde do DF.

A bactéria KPC surgiu em 2005. No ano passado, contaminou 27 pessoas em Londrina (PR). Presente no sistema digestivo, a bactéria sofreu uma mutação. Altamente resistente aos medicamentos disponíveis, a superbactéria ataca principalmente pacientes que apresentam sistema imunológico fraco, característica de doentes internados.

Somente três antibióticos são eficazes no tratamento desse tipo de infecção.

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, dos 108 pacientes infectados desde janeiro, em 1º de outubro somente 58 casos estavam em tratamento.

O órgão afirmou que cirurgias continuam sendo feitas nos hospitais. Medidas de vigilância sanitária foram redobradas, e pacientes com suspeita de infecção têm sido tratados exclusivamente por um grupo de profissionais selecionado para isso.

O Hospital de Santa Marina ¿ no entorno de Brasília ¿ e o Hospital de Base são os que concentram o maior número de casos. Neste último, quatro pacientes morreram, e 11 doentes estão sendo tratados em isolamento. Eles estão internados no setor de neurocirurgia e na UTI.

A superbactéria pode ser transmitida por um simples aperto de mão. Uma das formas de se evitar o contato é higienizar as mãos com álcool. O primeiro caso no Brasil foi registrado na capital pernambucana em 2005. Em Brasília, foi identificado em janeiro, e desde então o número de infectados triplicou.