Título: Bancários aprovam o fim da greve e maior parte dos bancos reabre hoje
Autor: Lignelli, Karina
Fonte: O Globo, 14/10/2010, Economia, p. 26

No Rio, paralisação prossegue na Caixa. BB e instituições privadas voltam a funcionar SÃO PAULO e RIO. A maioria das agências bancárias que aderiram à greve por reajuste em todo o país volta a funcionar hoje. Balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (ContrafCUT) aponta que bancários de praticamente todos os estados aprovaram, em assembleia ontem, o reajuste de 7,5% proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na segundafeira. As exceções foram Maranhão e Bauru (SP). No Rio, a greve acaba também no Banco do Brasil (BB). Na Caixa Econômica Federal, em votação apertada ¿ 293 contra e 276 a favor ¿, decidiu-se manter a paralisação.

Em São Paulo, os funcionários do BB e da Caixa também aprovaram o fim da greve.

Em Brasília, o acordo só foi aprovado pelos funcionários de bancos privados e da Caixa: o BB rejeitou a proposta.

Em Porto Alegre, Pará e Amapá, o índice da Fenaban foi aceito pelos funcionários de bancos privados, mas rejeitado por Caixa e BB. Segundo a Contraf, nos bancos em que o acordo não foi aceito a greve continua hoje.

As assembleias reuniram 470 mil bancários em todo o país. A categoria, cuja database é 1ode setembro, decidiu cruzar os braços no último dia 29, com adesão gradual das agências. A primeira proposta dos bancos foi a reposição da inflação: 4,29%. Os bancários queriam 11%, o que incluía aumento real.

Sindicato aponta conquistas em questões sociais Com o acordo, os bancários que ganham até R$ 5.250 terão, além da inflação dos últimos 12 meses, 3,08% de aumento real. Quem ganhar acima desse valor pode optar pelo maior: aumento fixo de R$ 393,75 ou reposição da inflação (4,29%). O piso salarial terá reajuste salarial de 16,33%, indo de R$ 1.074,46 para R$ 1.250. Já a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) sobe de R$ 2.100 para R$ 2.400 no teto.

Caixa e BB, que têm convenções coletivas específicas, também teriam o reajuste de 7,5%, com o piso subindo a R$ 1.600. No BB, foi implantado plano de carreira retroativo a 2006. Já a Caixa propôs pagar ainda PLR social equivalente a 4% do lucro líquido.

O presidente da ContrafCUT, Carlos Cordeiro, considerou o resultado positivo: ¿ A categoria conquistou o dobro do aumento real do ano passado, além da valorização do piso. Mas também avançamos em questões sociais importantes, como a inclusão de cláusula na convenção coletiva de combate ao assédio moral, que cria um canal de denúncia.

Procurada, a Fenaban não fez comentários.

COLABOROU Rennan Setti