Título: Empresa terá refinaria de cobre no Pará
Autor: Nogueira, Danielle
Fonte: O Globo, 15/10/2010, Economia, p. 29

CHILILABOMBWE, Zâmbia. Após a fracassada oferta de compra da empresa brasileira de cobre Paranapanema, a Vale avalia construir uma refinaria de cobre no Pará com capacidade para processar 450 mil toneladas do minério. O investimento, diz o presidente da empresa, Roger Agnelli, pode chegar a US$1,2 bilhão e faz parte da estratégia da companhia de se tornar uma das cinco maiores produtoras de cobre do mundo em 2015.

Em julho, a Vale fez uma oferta pela Paranapanema, da Bahia, que poderia chegar a R$2 bilhões. Mas os acionistas da empresa rejeitaram a proposta em setembro.

- A Paranapanema não era uma prioridade. Era uma questão de oportunidade. Eles queriam vender e a gente tentou comprar. Não deu, que bom - disse ontem Agnelli no evento de inauguração de seu primeiro projeto de cobre na Zâmbia, na cidade Chililabombwe. - Mas temos vontade de construir um smelter (refinaria) de cobre no Pará. Sairá mais barato.

Hoje, a Vale produz cobre apenas na mina de Sossego (PA) e obtém o minério como um subproduto do níquel produzido na mina de Sudbury, no Canadá. Uma produção que correspondeu a 2,2% da receita da Vale no segundo trimestre. Até 2013, mais três projetos iniciarão a produção: Salobo (PA), Três Valles (Chile) e Konkola North (Zâmbia), elevando a produção de cobre da Vale para um milhão de toneladas em 2015.

O projeto Konkola North fica no Norte da Zâmbia, no Cinturão do Cobre, região que reúne dez cidades com ricas reservas. A produção inicial será de 45 mil toneladas por ano. A Vale tem 50% do projeto, ao lado da sul-africana African Rainbow Minerals. O investimento é de US$400 milhões. (Danielle Nogueira, enviada especial)