Título: Superbactéria já matou 18 pessoas no DF
Autor: Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 22/10/2010, O País, p. 18

Segundo a Secretaria de Saúde da capital federal, há 183 contaminados e 61 pacientes continuam internados

BRASÍLIA. Dezoito pessoas morreram no Distrito Federal contaminadas pela superbactéria KPC, um micro-organismo portador da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), que a torna resistente a quase todos os tipos de antibióticos. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, até o último dia 8, 183 pessoas manifestaram contaminação pela bactéria. Até ontem, 61 pacientes continuavam internados. Desses, oito permanecem sendo tratados contra a infecção.

Os pacientes estão internados em 16 hospitais. Nove são públicos, e sete, particulares. A secretária de Saúde do DF, Fabíola Aguiar, informou ontem que, para evitar a proliferação da bactéria, estão sendo comprados de forma emergencial insumos como luvas e álcool, que serão distribuídos à rede pública.

- Todos os produtos necessários ao combate da KPC já estão em processo de compra regular. Entretanto, precisamos intensificar o controle da infecção, e, para isso, será necessário realizar uma compra emergencial de insumos hospitalares - disse Fabíola Aguiar.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que no estado de São Paulo 70 casos da superbactéria foram constatados, mas que a Secretaria de Saúde do estado não havia informado sobre óbitos. A assessoria da Anvisa também informou que tomou conhecimento de que outros estados também identificaram casos de infecção hospitalar pela superbactéria, mas que esses registros não chegaram oficialmente ao órgão.

Hoje, infectologistas e microbiologistas de todo o país se reúnem em Brasília para discutir medidas de contenção e prevenção de novos casos de infecção hospitalar, além de métodos de identificação dessas bactérias. A Anvisa recomenda que os agentes de saúde higienizem as mãos para prevenir a contaminação pela bactéria. Para evitar a disseminação da infecção, recomenda-se o isolamento dos pacientes afetados.

A Secretaria de Saúde do DF tem treinado as equipes dos hospitais públicos para reforçar a limpeza das mãos, usando álcool 70°. Segundo o órgão, têm sido adotados "procedimentos rigorosos de limpeza e desinfecção" das unidades de internação de pacientes, para as quais são encaminhados os pacientes em estado grave.