Título: Aprimorar a Saúde
Autor:
Fonte: O Globo, 24/10/2010, Opinião, p. 7

A experiência acumulada pela área de saúde privada no Brasil, notadamente na última década, tem que ser vivenciada amplamente por toda a sociedade brasileira. No campo das pesquisas, no desenvolvimento de produtos, equipamentos e serviços e, fundamentalmente, na própria prestação de assistência à população, o setor privado teve uma expansão qualitativa e quantitativa que o coloca em posição de destaque na área de atenção à saúde. Isso sem falar na melhoria da eficiência e eficácia dos serviços pelo constante aprimoramento da gestão. De uma maneira geral, os números do complexo da Saúde impressionam: o sistema representa 8,4% do PIB brasileiro; mantém 2,7 milhões de postos de trabalho diretos e 5 milhões indiretos, sendo que os dados do Caged apresentam, mensalmente, saldo positivo.

Passada a eleição, independentemente do novo presidente eleito, é urgente pensarmos na fixação da Política Nacional de Saúde. É preciso permitir que a notável experiência do setor privado tenha também participação efetiva na formulação dessa política, compatível com sua importância na prestação de serviços à população. Integrar, de forma expressiva, fóruns de discussão, formulação e definição de políticas e programas de saúde ¿ comissões, grupos de trabalho, conselhos deliberativos e consultivos do Ministério da Saúde e suas agências ANS e Anvisa ¿ é condição primordial para que os superiores interesses do povo brasileiro sejam atendidos na plenitude.

Representando oito federações e 90 sindicatos em atividade no país, a Confederação Nacional de Saúde (CNS) acredita em caminhos como o fortalecimento das parcerias públicoprivadas, regime tributário próprio para o setor Saúde, linhas de financiamento (e de recursos) para o SUS e a criação do Sistema S da Saúde.

É necessário, ainda, estimular a acreditação dos serviços de saúde, com o objetivo de dar mais confiabilidade e transparência e qualidade ao atendimento que a população está recebendo. O investimento em ensino e pesquisa é também um grande serviço à população, já que dissemina uma informação correta e validada.

O segmento de Saúde quer colaborar com a construção das políticas do programa para a área do próximo governo. Isso, para aprimorarmos o sistema de Saúde brasileiro que atende 190 milhões de cidadãos, sem excluir ninguém. E continuar a ser referência para vários países de todo o mundo, sempre focado nos princípios da igualdade, universalidade e integralidade. Isso para que a população receba um atendimento digno e de qualidade.

JOSÉ CARLOS ABRAHÃO é presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS).