Título: Forte crescimento industrial na China leva otimismo a investidor
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Fonte: O Globo, 02/11/2010, Economia, p. 27
Segmento avança acima do previsto por analistas em outubro
FÁBRICA DE equipamentos eletrônicos em Suining: indústria em expansão
PEQUIM, SEUL e NOVA YORK. Duas pesquisas realizadas com executivos chineses indicaram que o setor industrial da segunda maior economia do mundo cresceu no mês passado, contrabalançando a lenta expansão verificada em EUA, Europa e Japão. O índice de atividade do setor atingiu a máxima em seis meses em outubro, subindo de 53,8 para 54,7 pontos e superando as previsões de 52,9. Um número acima de 50 indica expansão e uma leitura abaixo de 50 indica contração.
Outro índice, divulgado pelo banco HSBC, forneceu um cenário semelhante, subindo de 52,9 para 54,8 pontos ¿ uma das maiores altas mensais na história da pesquisa. Ao mesmo tempo, a medida da atividade manufatureira na Índia, terceira maior economia asiática, foi de 55,1 para 57,2 pontos em outubro.
A expansão industrial na China animou os mercados ontem. O dólar e os preços do petróleo subiram e as ações em Wall Street encerraram estáveis depois de permanecerem em terreno positivo boa parte do dia. Também influenciaram os mercados o crescimento industrial nos EUA, as eleições legislativas americanas e a expectativa de alívio monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deverá ser divulgado esta semana.
China diz que fará sua parte para equilibrar o comércio mundial
No fim do pregão, o Dow Jones avançou 0,06%, o S&P 500, 0,09%, e o Nasdaq, caiu 0,10%. O dólar avançou 0,2% frente ao iene, ao passo que o euro caiu 0,4%, para US$1,3882. O preço do petróleo subiu 1,87% em Nova York, para US$82,95 o barril. Em Londres, avançou 1,47%, para US$84,62.
Parte dos ganhos industriais verificados recentemente em China, Índia e EUA foram resultado da desvalorização das moedas nacionais, o que estimula as exportações. Mas isso igualmente tem sido um elemento de polêmica nas relações entre os países e fará parte da pauta da reunião de cúpula do G-20, nos próximos dias 11 e 12, na Coreia do Sul.
Ontem, o Ministério do Comércio da China divulgou um documento em que afirma que a guerra cambial pode representar uma sombra sobre a economia, mas não deve significar uma escalada para uma guerra comercial. O texto disse ainda que a China vai fazer a sua parte para equilibrar os fluxos de comércio mundial, estimulando a importação de tecnologia avançada.
¿A guerra cambial está se intensificando¿, afirmou o ministério. ¿A médio prazo, o dólar americano continuará a enfraquecer e o jogo entre as principais moedas aumentará, elevando os riscos para os empresários e afetando o desenvolvimento do comércio global.¿