Título: Gráfica admite erro, mas culpa o MEC
Autor: Alencastro , Catarina
Fonte: O Globo, 09/11/2010, O Pais, p. 4
Antes de assumir a falha, empresa comemorava sucesso do Enem
SÃO PAULO. Apesar de toda a confusão envolvendo a prova do Enem, até ontem de manhã o site da gráfica RR Donnelley mostrava uma mensagem parabenizando os estudantes que fizeram o Enem de 2009. À tarde, a mensagem foi retirada. O texto lembrava que a Donnelley imprimiu a segunda versão do Enem de 2009, depois que o conteúdo vazou na gráfica Plural. ¿RR Donnelley, a gráfica responsável pela impressão do novo Enem 2009, parabeniza a todos os envolvidos nesse processo de sucesso¿, dizia o site, como se nada tivesse acontecido no fim de semana.
Depois, a Donnelley admitiu problemas na ordenação de 33 mil cadernos de cor amarela, uma das quatro cores em que a prova foi produzida, mas lembrou que cabia a servidores do MEC acompanhar todo o processo, desde a pré-impressão até a aprovação do material.
A empresa não tratou especificamente do erro no cabeçalho da folha de respostas, que prejudicou todos os quase 4 milhões de estudantes que fizeram a prova. Mas lembrou que, para manter o sigilo do conteúdo da prova, não podia ler o material para revisá-lo. A Donnelley era responsável pela diagramação, impressão e embalagem das provas. Trechos da prova branca foram incluídos na prova amarela por engano.
Parte das provas amarelas tinha questões duplicadas ou inexistentes.
Em nota incluída à tarde no site, a empresa disse que, dos 33 mil cadernos com erro, 21 mil foram distribuídos. O ¿problema de processo¿ só foi detectado pela gráfica no sábado. ¿Durante a aplicação do primeiro dia de exame, identificamos, fazendo a leitura dos quatro tipos de caderno de provas que contêm as mesmas questões em quatro ordens distintas de diagramação, que em um dos lotes de produção tivemos um problema de processo, resultando na impressão de 33 mil cadernos de provas amarelas com um defeito de ordenação¿, diz a gráfica.
A empresa tentou minimizar o problema nas provas amarelas.
¿O defeito encontrado representa um índice de 0,003 sobre as quase 10 milhões de provas impressas, estando absolutamente dentro da normalidade técnica para esse processo industrial¿.