Título: As obras que navegam nas águas da polêmica
Autor:
Fonte: O Globo, 31/10/2010, O País, p. 18

Novo presidente herdará projetos como a usina de Belo Monte, a transposição do São Francisco e a implantação do trem-bala, que estão entre os mais caros do PAC BRASÍLIA, RECIFE e RIO. Três megaprojetos.

Três orçamentos bilionários.

O presidente que será eleito hoje herdará obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que ficaram no meio do caminho: a implantação do trem-bala entre Rio, São Paulo e Campinas; a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e a transposição do Rio São Francisco, a única já em curso.

O desafio não é apenas financeiro as obras somam R$ 59 bilhões. Desde a greve de fome do bispo da cidade baiana de Barra, Dom Flávio Cappio, a transposição do São Francisco rema contra uma maré de críticas.

A construção de Belo Monte também foi alvo de uma enxurrada de protestos: de populações indígenas ao cineasta James Cameron, de Avatar. Já o trem-bala, projeto mais ambicioso do PAC, tem pela frente um caminho pontilhado de dúvidas.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, promete dar continuidade aos três projetos.

José Serra (PSDB), mesmo com críticas ao modo pelo qual o atual governo conduziu Belo Monte e a transposição do São Francisco, diz que continuará essas obras. Quanto ao trem-bala, sustenta que é preferível deixar o projeto a cargo da iniciativa privada e usar recursos públicos na ampliação dos metrôs.