Título: Papel secundário em Seul
Autor: Rios, Odilon
Fonte: O Globo, 11/11/2010, O País, p. 12

SEUL. Vencido o voo do Brasil para a Coreia do Sul, a presidente eleita, Dilma Rousseff, tem tratamento de estrela em Seul, com uma entourage de diplomatas brasileiros para atendê-la e um andar inteiro do hotel Imperial Palace bloqueado para ela e sua equipe. Apesar dos mimos das autoridades brasileiras e locais, há na comitiva grande cuidado para evitar que ela roube a cena do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua última aparição como liderança no cenário político no seleto grupo dos governantes dos 20 países mais ricos do mundo, o G-20.

Na despedida dos líderes mundiais, Lula poderá desfilar força política, exibindo a sucessora eleita graças ao seu poder. Todos na comitiva alertam que, apesar de Dilma ser uma das atrações do encontro, ¿Lula é que está no comando¿. Hoje, antes de se integrar à comitiva de Lula, Dilma visita um projeto de trem-bala.

A preocupação de todos, externada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, é que Lula não tenha seu brilho arranhado pela presença de Dilma entre autoridades como o presidente americano, Barack Obama, o francês, Nicolas Sarkozy. Mantega mostrou prestígio ao dividir a cabine do avião com Dilma até Seul.

¿ Vim com a presidente Dilma, mas sou ministro de Lula. A presidente Dilma não terá direito a voz, só os presidentes.