Título: Dilma: presidente eleito não é atração. É, no máximo, notícia
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 14/11/2010, O País, p. 10

SEUL. Mesmo sendo tratada com toda pompa e cerimônia pelas diplomacias brasileira e coreana, a presidente eleita, Dilma Rousseff, se comportou como que pisando em ovos, para não atropelar ou melindrar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem ultrapassar um milímetro a linha que a separa do poder daqui a pouco mais de um mês.

A agenda de Dilma foi muito discreta na passagem por Seul e nos eventos do G-20. Na Coreia do Sul, a presidente eleita teve tratamento de chefe de Estado e comboio próprio, apesar de estar oficialmente na delegação da Presidência da República, como convidada de Lula.

¿ Olha, a atração (no G-20) é o presidente no exercício do cargo. Presidente eleito não é atração. É, no máximo, notícia ¿ frisou Dilma.

Na primeira experiência com os diplomatas do Itamaraty, a presidente eleita evidenciou que não deverá nem de longe, pelo menos no primeiro momento, disputar milhagem com seu antecessor.

¿ O sentimento geral no Itamaraty é que Dilma não terá, nesse primeiro momento, uma atuação internacional tão marcante como a agenda do presidente Lula, que já no primeiro mandato teve uma presença expressiva nos grandes fóruns ¿ avaliava, ao final da viagem a Seul, um dos diplomatas que apoiaram a delegação brasileira.