Título: Dilma acompanhará Lula em reunião da Unasul, na Guiana
Autor: Camarotti, Gerson; Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 23/11/2010, O País, p. 3

Americanos pressionam mas presidente eleita não deve ir aos EUA este ano

BRASÍLIA. Ao contrário do presidente Lula, que, antes de tomar posse, fez um périplo por países da América do Sul, chegando aos Estados Unidos, no fim de 2002, a presidente eleita, Dilma Rousseff, só tem uma viagem ao exterior prevista até tomar posse: acompanhar Lula à reunião de cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), dias 25 e 26 de novembro, na Guiana.

Seu contato mais próximo com os líderes sul-americanos será durante um jantar, na quinta-feira desta semana. Será uma oportunidade para ela responder e fazer perguntas a seus futuros colegas sobre a conjuntura política e econômica da região.

Dilma não deve ir a Cancún, no México, na primeira quinzena de dezembro, para a Cop16, a conferência mundial sobre o clima. A viagem chegou a ser cogitada, mas tende a não se confirmar: primeiro, porque é melhor que seja um palco exclusivo de Lula, onde ele faria sua despedida oficial do cenário internacional; e porque a presidente eleita precisa dedicar mais tempo à montagem do seu governo.

Presidente eleita deve ir com Lula a evento do Mercosul

Essa pouca disponibilidade de tempo para viajar ao exterior também compromete uma eventual agenda com os EUA. Há certa insistência de autoridades americanas para que Dilma se encontre com o presidente Barack Obama, ainda em dezembro. Mas, além da agenda interna muito apertada, o clima entre Brasil e EUA azedou neste último ano; Dilma prefere negociar com Obama mais adiante, de igual para igual, já empossada no Palácio do Planalto.

Por outro lado, a presidente eleita planeja acompanhar Lula a Foz do Iguaçu, no Paraná, também em dezembro, onde acontecerá mais uma rodada de cúpula do Mercosul. A ideia é demonstrar seu interesse pela integração política, comercial e econômica entre os países da região.