Título: Na Petrobras, Dilma decide manter Gabrielli para conduzir capitalização
Autor: Ordonez, Ramona
Fonte: O Globo, 23/11/2010, O País, p. 4

Almir Barbassa, diretor-financeiro, também deve continuar no cargo

A presidente eleita, Dilma Rousseff, está decidida a manter José Sérgio Gabrielli na Presidência da Petrobras no próximo ano, assim como o diretor-financeiro, Almir Barbassa. Segundo fontes, essa decisão não teria fundamento político, mas sim critério técnico. É que Dilma foi aconselhada a não mudar esses dois executivos no próximo ano, quando se consolidará a operação de capitalização. Outro forte motivo para Gabrielli continuar no cargo é a polêmica votação no Congresso da nova regulamentação para exploração de petróleo no pré-sal, que envolve mudanças na distribuição dos royalties, que está sendo acompanhada de perto pelo atual presidente da estatal.

Dilma estaria disposta, ainda, a criar uma secretaria com nível de ministério para ser chefiada por sua amiga de longos anos Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e Energia da Petrobras - que já foi cotada para a Casa Civil. Após o período de consolidação da capitalização e resolvida a questão da lei do pré-sal, Gabrielli deixaria a Presidência da Petrobras para ser ocupada por Foster.

Tendência para diretorias seria por nomes técnicos

A indicação de Maria das Graças Foster para chefiar a Casa Civil perdeu fôlego depois das denúncias envolvendo a empresa C. Foster, de seu marido, Colin Vaughan Foster, que teria feito vários contratos com a Petrobras sem licitação nos últimos anos. Segundo uma fonte, Graça Foster também não faria o perfil ideal para ocupar a chefia da Casa Civil, que precisa ter alguém com "bom trânsito no meio político e tranquilidade, duas coisas que ela não tem".

Com relação às outras diretorias da Petrobras, a futura presidente da República estaria decidida a escolher para os cargos técnicos profissionais da própria estatal. Uma mudança esperada seria a ida de Paulo Roberto Costa, atual diretor de Abastecimento da Petrobras para a diretoria de Exploração e Produção de petróleo, uma das mais cobiçadas na companhia e hoje ocupada por Guilherme Estrella.