Título: Errar é humano; persistir no erro é Inep
Autor: Lins, Letícia; Martin, Isabela
Fonte: O Globo, 13/11/2010, O País, p. 3

RIO e FORTALEZA. Os estudantes foram às ruas ontem em três capitais ¿ Rio, Porto Alegre e Fortaleza ¿ para protestar contra a confusão no Enem 2010. No Rio, cerca de 200 estudantes secundaristas e universitários fizeram ontem manifestação, no Centro, contra as falhas no exame. Após ato público em frente à Câmara de Vereadores, os estudantes seguiram em passeata até o Palácio Capanema, sede do Ministério da Educação no Rio.

Os estudantes usavam narizes de palhaço, apitos e levavam faixas e cartazes com inscrições como ¿Errar é humano; persistir no erro é Inep¿; ¿Enem, a vergonha nacional¿; ¿Vacina contra o MEC¿; ¿Educação não é circo¿ e ¿Exigimos respeito, não somos palhaços¿.

O representante do MEC, Cícero Fialho, conversou com os alunos e admitiu problemas: ¿ Não considero que foi um grande sucesso (o Enem). Os alunos reclamam com razão.

Mas o MEC está se esforçando para fazer o melhor possível.

As opiniões dos alunos sobre o que fazer eram divergentes.

Estudante de São João de Meriti, Isabela Napoleão, de 18 anos, queria nova prova: ¿ A solução seria fazer outro exame e considerar a nota mais alta ¿ disse.

Já a aluna do Cap da Uerj Luiza Carrera, de 18 anos, defendeu o fim do Enem: ¿ Nós queremos que os estudantes sejam avaliados ao longo do ensino médio.

¿ É decepcionante estudar o ano todo e ser prejudicado pela desorganização ¿ lamentou Vicente Gomide, da Escola Técnica Estadual Ferreira Viana.

Em Fortaleza, cerca de 200 estudantes também fizeram protesto em frente à reitoria da Universidade Federal do Ceará, que adotou o exame como único processo de seleção a partir deste ano. Tentando entrar para a Faculdade de Medicina da universidade, Rodrigo Alves, de 22 anos, levou um cartaz lançando o palhaço Tiririca para ministro da Educação. Ele é a favor da aplicação de uma nova prova para todos os candidatos: ¿ Houve muita fraude. Gente usando celular, relógio e um total despreparo dos fiscais.